sábado, 31 de dezembro de 2011

A ENERGIA DA MENTE CONCEBE A FORMA SEM CONTEÚDO MATERIAL


O bar é sempre um amor eterno

Mas eterno é o nada,
que não é nada
senão paradoxo de filósofastro-matemático-
poetastros ;
enfim,
alienações de "adam" (Adão grandalhão) ,
o ser "adamah" (ser humano )
- filho-esposo-neto-bisneto-tataraneto de "Hawa",
( Eva em hebraico do Tanach )
avos, avós, Eva
- e demais "evos" que prefixam-sufixam-significam
norteiam
orientam o tempo-bússola
ou o assinalam
assinando e sinalizando
uma carta a caminho de Caminha
no meio do caminho para as Índias das especiarias
de onde escreveu o escrivão da Coorte ...

O eterno é o nada de tempo, cronos,
nada de nada
nada rasgado
rabiscado no rascunho
pois sem tempo não há nada
em oposição diametral ao ser
( o ser é o Narciso do nada )

Sem tempo
nem vácuo
- vácuo paradoxalmente cheio de ar na esfera
pode transmutar
por sutileza
de antiga escolástica
à Duns Scott
e outros antigos e medievos
a concepção de esfera
pois quando é uma bola
a concepção de esfera
muda de figura
por causa do ar
que enche a bola
porque o conceito de esfera
a meio do caminho
ignora geometricamente
os pontos e segmentos de reta
no ar que infla a bola
e desfaz a esfera
ou desdenha e desdesenha a esfera
através da concepção euclidiana de plano
que vigora no vazio abstrato
dos seus postulados
ou de onde põe o ser
no mundo abstraído
de toda concreção
( A bola do meu neto
não é uma esfera
porque o filósofo grego Euclides
ao postular as ideias puras
na sua estética transcendental
retirou ou abstraiu do conceito
toda matéria
e só deixou
a energia da mente
que concebe a forma
sem o conteúdo material;
o seja, em pura ideia
desenhada nas figuras geométricas
que não mensuram o mundo
em parábolas-desvairadas-cartesianas
mas as desmensuradas ideias
e o nada
que está na outra ponta
do ser
- no não-ser
concepção do vazio
fora de plano
euclidiano.
Eis toda a ontologia grega
presumidamente )
Mas ( outro mas!
mas agora um "mas"
na curva do bar
ou debaixo da árvore do terebinto
que sombreia o bar
aonde se entra sombrio
mas não se sai sóbrio
mas sim sobranceiro
sob sombreiro )
Mas
me corrija o étimo hebraico
oriundo do escutar a voz do hebreu
pelo ouvido das vogais
agora sem vento de oboé
soprado pelas narinas
quando as almas vivas
animavam o corpo anatômico-fisiológico-químico-eletromagnético
do arameu errante
sempre em diáspora
mundo fora
mundo afora
("meu pai era um arameu errante"
dizia minha mãe
junto com todo o povo judeu )...

Vá, peço, no que peco!,
vá perquirir a etimologia correta
e faça-me o favor
de alertar-me com um rol de erratas
mormente para quem já não pode beber,
fumar já não pode...
nem tampouco fugir no cavalo preto do apocalipse
pois meu sonho é ser o cavaleiro negro
espada em riste sobre o monte Armagedom
em Megido
no dia do Senhor do profeta Oséias
anunciado pelo profeta Amós

Mas ( outro "mas' intercalando a frase )
só posso ser José ou João
e "ninguém" mais
nenhum outro João-ninguém
que não eu mesmo
dentro e fora do bar
e do bar-bar dos bárbaros
no bar

Sim
Sou João, portanto;
"mas" nenhum portento,
nenhum São João,
( nem Batista, anabaptista ),
ainda sem aura ou auréola de santidade
que isso demanda um processo canônico

Para ser um João santo
há mister de milagres
e o requisito de morte do escolhido
( e não conheço ninguém que queira ser o escolhido! )
porquanto somente depois de morto
quando não se pode mais fazer mal a ninguém,
o ser espoliado
pode servir "eternamente" aos vivos
de pasto e repasto político
- mais, muito "mais" e "mas"
muitos "mas" e mais :
às mancheias de ases
no jogo de baralho
entre trapaceiros polidos
políticos
( Mas se há um ou vários "mas"
que pode valer valete junto ao sim
que assinala o cumprimento da ordem jurídica
descida em judicial
descaída em judicante
se existe um tal "mas"
que passe incólume pela norma culta...
por que então
não pode haver "mases"
que não vem para males
no plural?!
Não poderia a gramática
livrar-se do peso
de toda sua norma culta
colocada sobre os lombos dos burros
e livre como o verso livre
- obter licença poética
para todas praticar?!
Poderia ser ou não-ser assim?
Qual a questão do ser?:
A questão do não-ser?
"Seria" simplesmente por causa "jurídica
às vezes duas vezes as causas jurígenas"
multiplicadas
ou seria a gramática
um ordenamento jurídico
por dentro podando o ser pensante
no escrevente
no escrivão Caminha
e no escritor
da mais livre poesia
de Manuel Bandeira
que despreza o lirismo amarrado?
Ou senão
ou se sim
imaginemos matematicamente
que poderia vir a ser
o caso dos "noves fora zero"?!
- cuja tradução livre
ou versão
poderia ser, grosso modo,
um " nós fora dos nós górdios"
que enlaçam os gordos de poder político-econômico-histriônico-babilônico-...
a esse mesmo poder histriônico-babélico
na graça do ranço das velhas histereses
que rondam pás de moinhos de vento...

Mas ( é muito "mas'! )
se houvesse longe-livre-ermitão da gramática política
uma economia de "mas" livres
com ou sem (?) plural nos "esses" (s)
e que não fosse escrito em língua maldita de "ss"
pois esses "esses" (s) unidos
é de essência nazista
demoníaca ( possessos ss
- silvo de serpente no Éden
sobre o qual palmilhamos em vida )
- esses "esses" ou dois "esses (ss)" unidos
dão em estados unidos
para o crime de guerra
e espionagem com "drones"
a fim de perpetrar
a odiosa teoria e práxis política
como todas, aliás,
as teses e práxis políticas
dos políticos
( alguns homens com poder de crueldade
sobre o próximo e o distante samaritano)
- práxis emanadas de doutrinas nazistas
- puros nazismos ou fascismos
em fuga da palavra
que falam e escrevem contrapontisticamente
ao que é a prática
( são contrapontos de práxis e práticas
mas não de pragmas
nem tampouco de pragas
- pragas que não Praga
uma capital enclavada na Europa )
Tais doutrinas para empalamento
vão a galope ligeiro
cavalgando pela realidade cotidiana
das democracias a cavaleiro do nada
A cavalo no alazão e no baio
um ginete amarelo de outono em assustadora madurez

Nenhum regime entra na economia salvífica.
Então, que tal um plural assim : "mass"?!
com inocentes letras "esses" (ss )
que não querem ser símbolo
aberto em asas para voo
em cruz suástica
quando tal cruz
vem de um Hitler
em eterno poder de fogo?!
( Há outros seres humanos
de bigode ridículo
e discurso inflamado
e atitudes deletérias... )

Um ser humano
- um que seja!
e por pior que seja em papiro!
não merece um nazismo
nem outro fascismo
nem sionismo ou anti-semitismo
nem tampouco as democracias atuais!
- que se proclamam tais
nas matracas midiáticas por aí
as quais não passam
( ambas! )
de nazismos-fascismos hipócritas
imersos nas águas da besta-peixe-fera
nos aquários astrológicos-astronômicos das instituições
sob rígidas leis romanas
- em "duralex" de opressor para oprimido...
com um exército cujos generais
são Hitler e Mussolini
senhores da guerra
e das forças armadas
cada vez mais armadas e odiadas
- com "unhas e dentes"
extensos nos artefatos bélicos
que defende o poderoso
e esmaga o frágil
com um tanque de guerra
ou um helicóptero apache
de estados unidos constituídos para a defesa de alguns
que se acham acoplados ao topo da pirâmide
e o massacre da maioria
na base
soldados
peões
no jogo do xadrez
- estratégia que põe o preto-no-branco
e, destarte, o que é sub-ser
no homem animado pelo animal
que domina a selva em silvo interior )

Sim
sou João
orgulhosamente
ostensivamente João...
Mas e José
- para onde foi?!...
Perdeu-se
na noite negra
sem vaga-lume mínimo
a por o caminho
que nada na mente escura do ginete negro
alienado
vendido no mercenário de estado
no médico e no zelador
no falso profeta
poeta cientista atriz meretriz...
Ou tudo isso pensado a esmo
não seria tão-somente
um contraponto
que faz funcionar minha mente
contrapontística
e em punção para fuga de água da pleura
e de Bach
- polifônico Bach!,
senhor da musa Polímnia
que dança na música
com Melpômene
( Polifonia em musa em Dostoievski
Kandinsky... : Oi Kandinski! ,
odeio Gengis Khan!)

O mundo é um contraponto
em repiques
responsos
e para responder a ele
ser responsável
e consequentemente livre das peias
preciso ser um contraponto
do mundo
como está
e sempre esteve
- em estado de calamidade!
em petição de miséria
um tição do cão
Maior ou Menor
na sua filosofia
e práxis dela
( Fim da dissertação-discussão
do sexo dos anjos plurais
na conjunção "mas"
- perfeita na circunferência
que fere e produz a esfera
na geometria euclidiana
a menoscabar o ar
que enche a bola do menino
- e de Pelé
mas não entra nos postulados de Euclides
o filósofo que primeiro pôs o ser no mundo
pela geometria
quando abstraiu as figuras
dos seus conteúdos
e as colocou num mundo de formas
que são as ideias
as quais não possuem matéria
mas somente formas )

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ÓSCULO(wikcionario wiki wik dicionario etimologico enciclopedico )


O homem é Giorgio de Chirico!

Solitário passo entre as casas
- Sou Giorgio de Chirico!
O homem que sou
é um de Chirico...:
um Giogio de Chirico!

Em solitude absoluta
passo com o sapato
cujo chiado em atrito com o solo
canta a solidão relativa
reativa
ratificada
pela cantaria obrada em desenho de gárgula
no canto debuxado nas pedras
da igreja cujo cantochão
canta ao rés-do-chão
- ao rás do chão...,
razoavelmente

Passo no passo do sapato
que recolheu pedras no caminho
de Carlos Drummond de Andrade
cavalgando a mulinha do leite
qual fosse outro Dom Quixote de La Mancha,
digo : das minas gerais
de Minas Gerais
dos campos gerais...

Olhos d´água me molham o verso
- olhos na água que me espelha
e especula-me a solidão pétrea
de um Narciso-monge-cartuxo

Mesmo quem me toca
- toca-me tuba trombone saxofone
violino piano
ou instrumento de percussão
porquanto o homem carrega-os em si
no si musical da Musa
que inventou a música
o músico e o instrumento musical

Contudo Musa que é musa
é criatura de homem
- o criador da não-natureza
na cultura
objeto de estudo
para astuto etnólogo
empós etnografia de Malinovski
nas Ilhas Trobriand
assentados sobre atóis coralinos
( porém prefiro imaginar
a Polinésia para os Argonautas do polonês
- nautas em outras plagas
Melanésia Micronésia
território de Guam... )

O homem
o monge
o solitário...:
sou Giorgio de Chirico
e na minh'alma
a solidão tem tal acento tônico
tal tonicidade grave
que quando beijo
não me beija ela
pois quando ela beija
não há beijo meu
em correspondência
porque o beijo de Klint
nem o meu
nem tampouco o beijo dela
por mais sequioso ou ávido
que estejam os lábios carnudos
no vermelho do batom
não pode ser correspondido
- que é a solidão do homem
é barreira intransponível
ainda para a mulher amada! :
Ou o filho e a filha queridos
amados entes
( O ósculo e o amplexo
é sempre o de Heitor e Andrômaca
na escultura de Giorgio de Chirico
que olha para a perspectiva
do impensável filosófico
retratando a melancolia profunda
afiada pelo outono à tarde
- Ah! tudo é muito tarde!
para qualquer gesto desesperado
- de Klint! )

O homem sou eu
- e eu sou Giorgio de Chirico! :
ou a solidão nefasta
de Giorgio de Chirico
segue-me como sombra
sombria na noite fria
pintada a Joan Miró
na melhor noite
da solidão espasmódica da mulher
- dentro da vela da noite escura
no breu das trevas
com negro batom,
nigérrimo esmalte nas unhas
para arranhar a tez

Eu sou o homem!
- sou Giorgio de Chirico
em vasta e impensada solidão :
lancinante solitude noctambular!
Errante entre os noctívagos
vagos vagabundos vadios
errabundos vaga-lumes

Sozinho na vela da treva
navego no barco à vela negra
rompendo a treva espessa
guiado pela esguia enguia
que enche a barra da alva
na flor de laranjeira
que odora o ar
- que adora o vento
com sua fragrância
a incensar a brisa
em noite negra
na qual sigo impensável
a cavaleiro de mim
- no meu rasto
que é o único
que posso ver ou ler no chão
quer faça treva ou luz
preto no branco
do xadrez no claro-escuro
do dia e noite
vida e morte

Sou Giorgio de Chirico
em cada solidão pintada!
- e ninguém tem poder
para atravessar esta solidão espessa
entre mim e o mundo

Entre os outros seres humanos e eu
há uma barreira interposta...:
- inviolável fortaleza!

domingo, 25 de dezembro de 2011

GEÓGLIFOS (wikcionario wiki wikdicionario wikipedia wikisource wapedia )

Passando por um renque de árvores
com pássaros cantantes
logo acima do cananeu
que não era eu
senti vontade de ficar ali
parar ali
para sempre
se a locução adverbial "para sempre"
existisse
fosse fato
e não ato pensante-pensado
e, concomitantemente, estivesse
fora do vocábulo
porquanto a existência está por fora
do outro lado da alma
espelhada em Alice
jogada e perdida no mundo
para onde foge o ser
na alienação do homem
enquanto a essência vai por dentro
roendo a vida com radicais livres
corroídos por anti-oxidantes

Quedar ali embaixo da ramagem
sentado no Buda
que sou
- que somos todos os indivíduos... :
Louco de pedra-pome,
doido varrido,
sentado em lótus
sob a alêia aléia alameda
álamo bulevar ambulacro...,
ó Manuel Bandeira!...
- senhor de tantas andorinhas!
mas que não obstante
tanta andorinha e tanto tamanduá-bandeira
não me ouve mais
porque extinto está
debaixo das ervas daninhas
sob pedra tumular
solo sobre o qual outrossim
não mais palmilha Drummond
pelo caminho da pedra
em meio ao caminho do pé
calcado no sapato torto
( o sapato velho é um torto anjo
que dá azo ao azar
e a bazar de quinquilharias )
Ambos os poetas
hoje são
o que não não são
nem tampouco estão sãos
nem são em São Petersburgo
nem ser nem santos
nem corre processo canônico
conquanto já jazem
em jazigos estão
abaixo da pedra do burgo
da pedra de Pedro
da pedra São Pedro
e da pedra que havia
a meio caminho do sapato
florido em Mário Quintana
escrito na carta de Caminha
a caminho das especiarias
e da pedra que é
o seu corpo desfeito
decomposto
na cal do osso
com o resto da alma
no sopro restante
presa nos ossos
entre ossos encerrada
sonhando com um soprador
um tocador de tuba
que a expire dessa flauta
na dança dos signos no ar
escritos em parábolas senoidais
bailarinas-musas no vento
Todavia tudo
o que descrevi
foi só um momento
que ficou engasgado no tempo
em pedra de descaminho
- para caminhar descalço
carmelita
sobre elas a caminho
para a planície do Esdrelão
- um instante de apedrejamento íntimo
( ou de liberdade cínica
- Total?!
Total só no ideal
no real não )

Foi num tempo para semear
tempo no semeador
que fiquei ali plantado
sob chuva
junto à aleia e as ervas
à sombra da alameda
doido de jogar pedra
- pedra a caminho
de Eras geológicas
profetizada em geóglifos

domingo, 11 de dezembro de 2011

ONTOLOGIA (wikcionario wiki wik dicionario wikdicionario wikipedia wikisource)

Poetas olham para bar
enamoram-se do bar
flertam com bar
mergulhado à sombra das telhas
quando a tarde vai navegando do zênite
ao nadir
- que começa a nadar
no rio negro das trevas
vendadas nos trevos cegos-cegonhas
que aplainam os caminhos
de Pero Vaz de Caminha
em carta às ervas-hortelãs do rei
de Portugal e Algarve

Poetas são bêbados contumazes
Adentram recinto de bar
sóbrios-sombrios
com sombreiros
e saem sobranceiros

Erram de bar em bar
a ouvir o bar-bar dos bárbaros

Quando não estão embriagados
inebriados com a vida
soluçam na escrita
de versos
vivem de versos
por versos
em versos
põe o que não é poesia
mas escrita hieroglífica-geoglífica-alfabética
da poesia surda-muda....
( Esta é uma maneira odiosa
de não viver de fato
mas sobreviver por procuração
ou teatralmente
no bufão-truão-histrião
que encarna
ou representa por escrito
na tragédia de escrever poesia
- que embora não seja um morrer
é um não-viver
uma sobrevida em andrajos
( O poeta quando escreve
já não bebe
já não fuma
- já não vive!
Apenas lembra do ébrio que foi
na infância ou juventude
maturidade ou velhice
Faz da poesia escrita
um lembrete de vida
- exercício mnemônico )

Toda minha poesia
é ilegível
e não está escrita
em antologia
ou ontologia
- A poesia prescinde do escriba

domingo, 4 de dezembro de 2011

PRESUNÇÃO (wikcionario wik dicionario enciclopedia etimologia onomastica) )

Todo o direito é um negócio jurídico ou se desdobra nisso, nesses atos que levam a fatos. Todavia, essa lindeira idealidade com a realidade, a idealidade, não existe ( não está fora da ideia, nem sequer limite de fato com a realidade, mas apenas de "direito" : é mera presunção intelectual); está apenas em essência, no pensamento, na ideia, esfera do ideal, geometria pura, primeiro desenho da ideia enquanto conceito, concepção imaculada da realidade ( a realidade, a maculada realidade! : maculada pelo fenômeno, pelo processo fenomênico, que mancha a imagem e até entorta as linhas da geometria em curvas de Descartes-Einstein.
Essa idealidade, essa ideia platônica, guardada em relicário na esfera onírica, que é a esfera da geometria, sem curvas até Descartes em parábolas que consertam/concertam a recta, o segmento de recta, que se curva à inteligencia de Descartes-Einstein e outros geômetras-filósofos não-euclidianos, não tão bons ("eu"!) geômetras para retas ideais, irreais, surreais em Dali e outros daqui e acolá..
Fora dela, da esfera onírica, na existência, que nunca é uma esfera ( perfeita! Não, mas sim imperfeito, por fazer, por realizar, na polaridade oposta do maniqueísmo do homem, desta doutrina que oriente o homem e o animal em natureza de bússola e estrela polar, não apolar, branca no pólo ); quando muito, ao invés de esfera, é um esferóide, formal e real, em forma e conteúdo, forma ditada pela substancia; enfim, um traço que demarca uma esferóide, que é a ideia pousada ou realizada, exprimida pela captação da realidade pelos sentidos, oriunda do fenômeno, que traz á baila o mundo natural. Fora disso, o direito é mera tensão ( tensão espaço-tempo ocasionada pelas várias espécies de polaridades : frio-calor, negativo-positivo, velho-novo, macho-fêmea, inércia-movimento... :as maniquéias que movem o universo e o pensamento do homem, mormente para a ciência e tecnologia ) : Tensão ou espaço tenso, intenso com a junção-tempo, que é a polaridade ideal do espaço (senso interno ao homem e animal ), oriunda do pensamento do homem e do animal que percebe com seu aparato inteligente ( seu senso espaço-tempo esticado e "estilingado" nos sentidos tensos), a qual, enquanto captação fenomênica, funciona consoante a vontade que fica entre a idealidade, no homem-geômetra, em curva de esfera perfeita ( circunferencia) e esferóide, ou seja, próxima ao desenho da ideia, que é o desenho geométrico ingênuo-euclidiano da circunferencia : uma inexistência.A circunferencia é uma essência do homem, posta em geometria, pelo homem geométrico, mas não uma existência, não uma tensão no mundo : uma tensão no homem, um dos pólos da maniquéia. O homem e o animal é um dos pólos da maniquéia, que no homem é doutrina, ou enriquecida com doutrina; no animal é senso prático.
A concepção de perfeição, que está no direito e em toda parte, está contextualizada em Aristóteles, ou pode ser contextualizada lendo o filósofo, porquanto é uma concepção dada pelo estagirita ao abordar a circunferencia, que é o " em torno"(per) feito: a circunferencia é um em torno, um anel, que , em natureza, fora do espaço geométrico, se anela esferóide, próxima à idealização da esfera na circunferencia. Este conceito de perfeição nem é uma ideia, mas uma mera descrição da circunferencia, ou seja, um conceito "concebido" na geometria, que é uma língua-linguagem destinada ao simbólico puro, ao espaço-tempo não fenomênico, mas meramente conceptual, intelectual; um puro pensar ou aprimorar o pensar.
A circunferencia dá uma ideia da ideia, da ideia platônica, bem como todas as figuras geométricas. Figuras que se iniciam e finalizam em si mesmo, criando ou abrindo um espaço ou buraco ( negro) e brusco de espaço no espaço, esquecendo ou eliminando o tempo e o mundo real das coisas observadas através da fenomenologia. São paradigmas da abstração ou da capacidade do homem de abstrair através de conceitos desenhados, figurados, ou escritos, em símbolos ou signos. Signos que algumas vezes são símbolos e símbolos que são signos, conforme a escrita hieroglífica ou alfabética.

sábado, 19 de novembro de 2011

GEMINADOS (wikcionario wiki wik dicionario enciclopedia etimologia )


Gianecchini sabe que vai morrer
Eu não sei mais
e nem quero mais saber

O sabor da morte é improvável
e o provável cientificamente
estatisticamente
melancolicamente
é vaidade, Fábio
e quiçá cólica
- colite!

( Ah!, Fábio!, :
há um Fábio
(há-havia
não mais há
-agora é ó!)
numa asa de anum
num célebre soneto
da possível lavra de Gregório de Matos
(poeta dos esgares para gagares )
o qual "qual" o anum
preto-no-branco
tracejava o preto-no-branco
pintava o sete
em preto-e-branco
numa fotografia "luminosa"
- luminosa-em-iluminismo
galopante-filosofante-resfolegante!...:
opa-upa cavalo baio :
para!
antes que defeques
em escalogia apocalíptica

( O anum preto
é de um negro retinto
"como" o "colmo" no cabelo
da mulher bela
encaracolada em negras madeixas
tipo ameixas
que estudam morcegos
e filósofos-poetas
pelo sistema comum aos vegetais
que anima os animais
com alma cristã
ou pagã na alma-de-gato
a assomar nas planícies
Já o branco...
o anu-branco não é branco
mas não passa em branco
- não sei eu
o que se entenda por isso
de pássaro passar em branco-brando
no bando do léxico
e das tintas-à-pastel
ao viajar ileso
volante-adejante
pelos olhos ingênuos
de um menino que admira o voo
ama o anum
quer seja
anu-preto ou anum branco
- O negro da noite
0 não-branco na casa do xadrez
para mestre enxadrista
que joga preto-no-branco
mexe peças pretas e brancas
- enquanto o anum no bando
anu-preto ou anu-não-branco
vai chilreando
A chilrear )

Ama o anum ao menino
preto-no-branco
"qual" o jogo de xadrez
do claro-escuro à Caravaggio
no couro do corpo pintado
do-dia-e-da-noite
exposto no tabuleiro vital
- "consubstanciado"!
em anum-preto-ou-passado-pássaro-em-branco
o "qual" pia ou gorjeia
tal "qual" o Predicador
asseverava furibundo :
- pois "tudo é vanidade!"
não só no Eclesiastes
mas também em outras hastes
mais dadas ao vegetal
no pensar-práxis-vegetal
do sistema nervoso vegetativo
( putativo na lei penal )
- que é a vida
em inteligencia vegetal
calcada no mineral
outrossim em sais minerais
e ais
muitos ais
- ai-jesus!
que o homem
é sujeito a dores
sujeito-com-dores
e a vida um doer
um suplício
a supliciar e a suplicar
pela vinda do homem das dores
- também denominado de Messias
consoante soe a fonte
judaica ou cristã... )

Eu sabia
até alguns dias
andados para trás
ao modo dos antípodas
que ia morrer
estava morrendo
arfando
buscando o ar rarefeito
para peito estufar
subindo Monte Everest
arfante...

Mas já me esqueci da morte
já a olvidei deveras
e penso e creio até
que vão inventar a imortalidade
se não já a inventaram
e Elvis Presley não morreu!!!!...:
- porém tudo aquilo em não creio
incréu que sou
cético-em-ego
ególatra
demuda-me em crédulo
com uma credulidade infantil-senil
quando me deparo
com o medo da morte escura

sempre a caminho
negra pérola incrustada
no carvão e na hulha
montada num cavalo negro
ou a tremeluzir no diamante da vida
preclaro
do recém-nascido
todavia vindo por via negra
antes de nascer
o sol e o bebê
ou a lâmpada-lambda de Aladim-Edison

- Creio
não em deuses padres ou padrastos
que são trastes
estorvos à liberdade individual
fontes de políticas e políticos
- Creio
e meu credo é este
conquanto todo molhado em sarcasmos :
- que vão inventar
a vida eterna
ou nadificação do tempo
antes que eu
apague em ego
e me retire do ego-corporificado
baixe à zona escura
à sombra d morte
onde estava-não-estava
antes da vida
antes do ser
vir-a-ser em natal
- antes da natividade
me por em presépio
sendo o foco de interesse geral
- porquanto menino-jesus fui!...
e fui!

Sei no íntimo
que ficarei
para os ritos perpétuos da egolatria
perpetuados pela medicina...
nossa senhora do perpétuo socorro!
que alonga a vida
pelo oblongo que curva a eternidade
na forma de longitudinal tempo cilíndrico
que alonga-oblonga e assim ganha mais tempo
no espaço vivo em motores
e almas são motores
cantores no ar
que sopra seu som
em oboés para anjos
os quais existem enquanto ruído de motor
ruidosos no ar
em conflito com os movimentos físicos-corporais
do motor em bate-bielas e toca pistão
e do anjo melódico
soprando o pistão
nos instrumentos musicais com pistão
soprados por anjos na boca do músico
ou no calor do motor Otto
em ciclo Otto
no vasto campo da termodinâmica
e outros ritos da física
- ciência do motor
o "qual" é o espaço
( o espaço é o motor! )
criador do tempo
nos embates conflitantes de frio versus calor
fogo-água-apagou
( há uma pomba que o fogo-apagou!
em onomatopeia )
força-inercia
( centrípeta ou centrífuga força )
e tantas energias
que habilitam o tempo
para funções dadas em língua-linguagem matemática-algébrica
- o código mensageiro (anjo) do tempo-espaço
que não é eterno
( o eterno é símbolo-signo
para a antítese do tempo
nadidade filosófica posta
no ser ou verbo que a mente humana dá
põe em dados
colhidos pelos sentidos pescadores
que levam tais peixes ao pensar
- um pescar nada
clínica ou um inclinar sobre o nada
e somente assim ser
não sendo
senão paradoxo )

Ah! flor-de-lis
que me lis-lê-junto-a-florípedes
e se enflora-enfuna toda
em umbela-caravela
- com a vela de cara para o vento
e a vela padrão posta nas cefeidas
assim aproando :
Bela é a umbela...
Bella Chagall!...,
não é?!

Era morte
o que eu (tu) não era(s)
não fora em nenhuma Era
- nem em Era geológica em ego,
antes da vida?!...

Qual o parâmetro
para definir morte?
E vida e Buda
no Zen budismo...?!...

Contudo
Marconi morreu...
voltou ao breu
ao carvão-carbono e equação primordial
antes do delta-do-pensamento mineral-vegetal
- à grande noite mais escura e temida
que trevos nas trevas
- às trevas-entrelaçados-com-trevos
daqueles que nem nascituros foram...
ao esquecimento letárgico...
- ao fatídico mergulho
nas águas do rio Lettes!
( A parte recíproca dos sonhos germinados
e geminados
na alma do amigo
soçobrou no naufrágio derradeiro
quando a bolha
que continha o mundo onírico comum
estourou nele
levando uma porção de bolhas
que espocaram com ele
e não se "reciprocavam" mais com min'alma
quando o ar aqueceu
com o sol da manhã
desmanchando trevas dos olhos dos vivos
e penteando trevas nos olhos
que já não pertenciam
nem tampouco acordaram
com o amigo morto
cujo acordo com o sol
não constava mais no acórdão
que explodiu as bolhas dos sonhos
antes que o morto
preso na cova do corpo
pudesse fugir
pela bolhas
que ao surgir
na forma de sonhos
traz do fundo do corpo
a alma dormente
flutuando nas bolhas
antes que elas se arrebentem
e não possam mais servir
de transporte à alma)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

ANÚBIS (wikcionario wiki wik dicionario enciclopedico etimologico etimologia )

Não sou escritor
não escrevo versos
nem em versos
- não escrevo!
porquanto o poeta
não escreve
não grafa
pois a poesia
foge à regra
está fora da norma
não concerne à onomástica...

A poesia é livre
não como a borboleta no campo
mas como um homem livre
na cidade ou no campo
na prisão ou no sobrado
nos paços imperiais
ou mais ainda
no passo do caminho
junto ao passarinho
- ombreando com o marimbondo
que vive seu tempo
em xadrez de noites e dias
claros e escuros
com olhos voltados
para esse tabuleiro
de um xadrez natural...
Chita! :
a natureza veste chita!

A poesia não é desenhada
em grafia geométrica-geodésica
que tracejam gráficos eficazes
para engenheiros equacionarem
uma língua para fazer uma ponte
ou uma "catedral ebúrnea"
escrevinhá-la no poema matemático da equação
na equação literal
algébrica
que descreve a ponte pênsil
na língua-linguagem-símbolo
hieroglifada sobre estruturas de aço
que são arcabouços do nada
na prancheta do arquiteto...

A poesia é livre
inclusive do poeta
e captar essa liberdade sem asas
é a missão do poeta
que não geografa mariposas
mas as geoglifa
faz delas um geoglifo
no glifo e no hipogrifo

A poesia é o homem
e a mulher
juntos
durante os interlúdios de amor
- interlúdio para a vida
tocada ao sopro do oboé-anjo
que sopra a trombeta
do gozo final
no orgasmo
ou na orgia orgástica
- organista em Buxtheud-Bach
na catedral medieval
que ouvia e escrevia outra língua-linguagem
que não podemos ler nas entrelinhas
que a língua é como o tempo e o espaço
equacionado em amor
- só existe e é compreendido naquele instante
do puro deleite
ao puro leite
que alimenta o pó do vampiro-latim
ressurreto
mas sempre insurreto
que este é o homem
-"Ecco homo!,"
senhor vegetal da terra mineral!
este animal
apaixonado por Vênus
Ísis Afrodite...:
Nefertiti enfim!,
ó terras do Egito dos faraós!
- dos deuses antropozoomorfos...:
de Anúbis...:
( O Egipto é Anúnis :
no desenho geometrizado do homem-animal
ou do homem com alma
enfim, Anúbis é o projeto de homem-deus
projeto de faraó ou rei
em hieroglifos na escrita
e em geoglifos na forma desenhada
- Anúbis é a equação geométrica-literal
que descreve a parábola do Egito no tempo-espaço
em que existiu no homem
e nas letras em símbolos-signos da época
do Egito em Anúbis
ou do homem em Anúbis representado
nitidamente
embora sem descortinar cabalmente
a tenuidade que o pó da época apagou
ou foi varrido verbalmente
primeiro oralmente
no cessar dos sons das vozes em burburinho
e depois na escrita
apagada da luz
pelas sombras do tempo
- as sombras que restam do tempo...)
i n
p
w E16

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

FENOMENOLOGIA (wikcionario wiki wik dicionario wikdicionario enciclopedia etimologia )

O paradoxo do fato é o seguinte : um fato não está no presente, pois o que o apresenta ou faz o fato antes de vira a ser fato é o ato, o ato humano.Contudo, não é o ato um objecto exclusivamente humano, porque os animais o possuem, agem, embora Aristóteles discorde, conforme o pensamento rítmico do coração grego, que vestia outro contexto ( interesses de momento e lugar : históricos e geográficos).
O ato está na existência, em natureza se apresenta com a vida dos minerais ( tempo geológico ) os vegetais ( milênios de vida, séculos, anos ou apenas uma estação, etc.), animais ( vários tempos, conforme a espécie ) e humano.
O fato é um paradoxo porque não é algo presente, ou seja, é um não-ser, mas ao mesmo tempo, que está na existência, conquanto não esteja na essência do homem : o pensamento : o ato humano, segundo o evangelho de Aristóteles, o filósofo.
O fato não está no pretérito, pois não existe passado, durante o transcurso da existência, que é um rio corrente, nem no futuro, que é outro tempo inexistente, ou ente de essência ou pensamento, , razão, enfim, ente de inteligencia. Logo, o fato não está no tempo, ao contrário do ato, que todo o tempo está no tempo e no tempo que existe : o tempo presente, tempo de ato, que produz fatos, mas não é fato.
No ato, o homem e a natureza ( minerais : estrelas, galáxias,; bichos e vegetais, dentre as bactérias, fungos, vírus, etc. ) estão juntos ; portanto, o único tempo real é o que existe em ato : o resto é pensamento, fenômeno, fenomenologia.
( O tempo pretérito e o futuro
é tão-somente essência humana
objecto do pensamento
está somente no objecto projectado
- no "projéctil" que o ser humano lança
e no que lêem os sentidos
mas não na existência
cujo tempo é um actor em ato
- actor real é o tempo atual ou que atua
o tempo real ou natural
que escorre nas folhas e nos homens
movido de atos que vão constititui fatos
sendo que apenas os atos estão na existencia
fatos são atos que atuam na maniquéia
a fim de receber a polaridade ausente
a qual move o pensamento verbal
no "logos " ou lógica
que leva às ficções do tempo
imaginado ou memorizado
na forma de passado e futuro
pois o pensamento não registra
nada sem polaridades
- o pensamento é uma nadidade sem o maniqueísmo
é uma máquina da maniquéia )
A inteligência está ancorada no tempo real, atual; as ciências que tem objecto o pretérito e o futuro são literaturas, ciências literárias e não ciências-linguagens como a matemática e a álgebra ou ciências de contar e ritmar como a aritmética ou as aritméticas, que há muitas, nas diversas línguas e contextos de interesses ( contexto e o interesse momentaneo, em tepo real, natural, espontâneo, tal qual o ato que guarda toda a inteligencia, enquanto o fato é meramente o guardião da memória), guardião da arqueologia, paleontologia, historiografia e historiologia, enfim). Não há ciências para tempos arqueológicos ou pré-históricos, mas mito na forma de literatura.
Paradoxo : o fato já existe ( e somente existe) através do ato; o fato é a base irreal, surreal : o fato é um surrealismo cientifico.
O surrealismo é também ciência, é um momento de ato na ciência : gravada, grafada, escrita, desenhada no fato.
A prática ( atos do homem que enseja fatos) é sempre controlado, está sempre sob o controle mediato do homem; o ato é o ato de pensar, o agir humano do pensamento ( nervos, neurônios, sinapses, corrente eléctrica ) é anterior ao mundo, ao universo, tendo o homem como referencial, como o punha o grego, no por o ser na forma grega ( ideia).O fato é uma discrepância, uma dissidência do ato,´só existe para resolver a maniquéia, base da ciência humana e também suporte técnico indispensável aos inventos e inventores.
O ato e infinito, a memória limitada e deformada porquanto não contém senão o finito e parte ínfima do que se passou na realidade do ato, na percepção e não percepção captada então ou deixada de ser observada no momento vital e, portanto, fora da memória. A memória é finita, só cabe uma parte do todo e o ato é infinito, tem e está com o todo, na junção homem e natureza : o ser do homem se movendo e movendo o cosmos interno e, parte do externo, ao seu alcance e talante.
paradoxo: o fato já existiu enquanto ato, agora no passado verbalizado, que a mente simboliza criando a expressão para passado e futuro, que está na mesma cepa da palavra ou do verbo que cava o imaginário e o põe em ciência a circular.
No ato está contido a ideia de infinito matemático ou sua fórmula originária.
O ato no tempo real, vivido, vivo, ao vivo, em que é presença, há presença ( ato é presença de ser e tempo) e fato ausência;o ato alimenta o espírito ou pensamento, real na eletricidade e química do cérebro que está concebendo e recebendo a alimentação dos sentidos e do mundo pelos sentidos. Ato é tempo móvel ou que se move, anima a alma( ( alma é "anima" no latim, no sentido de animal ou à beira desse contexto ; ou estaria sem eira nem beira?).
O ato vem do corpo preenchido com a alma na actualidade, realizante, actuante, actuando, viva, com todos os motivos e nuances que a memória é incapaz e inepta para captar no quase infinito que se abre ao ser do homem atento e posto no mundo e reposto ou recolhido dentro do homem

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

LEVITAS (wikcionario wiki wik dicionario enciclopedia britannica etimologia etimologico )

Minha infância
está toda contida
entre algumas palavras
Cabe num pequeno contingente
de vocábulos e gente
( Pouco léxico
mas muito México! :
Muito México para parco léxico)
Enfim, um exíguo glossário
Porém pode ser narrada
no inenarrável
contido no mundo-entre-vidros
erigido com as Parcas
fiandeiras à roda da roca
e do destino expresso
em palavras-chave
e palavas-gente :
Mãe-pai-ou-pai-e-mãe ;
minh'avó : minh'alma-de-infante;
irmã-irmão-outro-irmão-irmã...
- conte-os até sete!...;
e aí-só-então-antão
vem tia Tereza!
Tia Tereza
que criava uma menina
filha de minha madrinha
de cabelos negros-longos-retintos-lustrosos-lisos-luzidios-...
ferindo a cor-não-cor-cor-"unum"-anum-da-noite-madrugada-em-zum-zum-zum
com madeixas-de-ameixas
( Uma menina de beleza-branca-branda-esfuziante-esplendorosa
mais-do-que-a-rosa-em-roseira-e-espinho
cujo nome cubro com a rosa rubra...
com o cubo-da-rosa-cúbica-enraizada
e com o nome-da-rosa-plantada-em-jardim-medievo
para ampliar segredo segregado em degredo )
Aquela menina foi
depois de minha mãe
a primeira criatura feminina
a qual amei desde o berço
- desde que a vi
ao colo ou no berço
empós a barra-da-alva-do-amor-em-figura-geométrica-materna
amada no ventre
antes do Complexo de Édipo rei
Vi-a na primeira vez de ver
( olhar-de-vez ou imaturo
fruto não maduro
não-amarelo-elo-com-o-mundo
pelo viés do olho-de-bebê escanchado ao colo )
- no primeiro ato de olhar para fora dos olhos
antes velados
depois desvelados
nos olhos daquela menina
que olhavam e viam
antes da primeira dentição...
- olhavam para dentro
e viam para fora...
Vi-a via à luz da fotografia na retina
( Via Apia! )
no olho-todo-gordo-irisado!...
Porém não sei ao certo
se ao colo ou ao berço
estava ela
bela-bela-tela-de-Modigliani-
bela-umbela-bela-singela-beladona ("Atropa belladonna" )
presa à teia-de-aranha-de-minha-pupila-dilatada
pela beladona nela
e em efeitos em mim
pois uma bela mulher
mesmo em criança
controla os destinos dos homens
enquanto Parcas
na plenitude da juventude
- tempo em exercem
poder absoluto sobre os homens
( são plenipotenciárias )
consoante entoa o canto da poesia grega
que agrega ciência-e-mitologia-e-filosofia
num só sentir-pensar em dianóia-noética
Sei que a vi
que ela despertou-me olhos e olhar
de-dentro-para-fora-e-de-fora-para-dentro
em reciproco maniqueísmo
que pervade toda ciência-do-conhecimento
e talvez penetre fundo
na raiz da sabedoria insondável
Entrementes não me lembra
se estava em berço de ouro
ou ao colo de tia Tereza...
Penso ou imagino que já é muito
evocar o que lembro
em primeiros-tempos-de-vida
para ambos os recém-nascidos
dos quais ainda ecoavam os vagidos pós parto

Não obstante me recordo plenamente
deste primeiro olhar de amor
- olhar cruzado
entre duas crianças
que se apaixonaram imediatamente
no tinir das espadas-adagas do olhar
ao se entrechocar
com a matéria-energia ondulatória da luz
retinindo em ambos os olhos
em quatro-quádruplo-não-quadrúpede
ao som do evento do encontro
de dois amores recém-nascidos
- e ao primeiro olhar!
- dado ao bem-me-quer!...
bem-me-quer...

Trago comigo a memória
( à flor-morta-da-memória )
desta paixão em primícias
Contudo, como as primícias são do Senhor...
Elohim colheu aquele incipiente amor
em oferenda agradável
levada ao altar servido pelos levitas )

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ORNITORRINCO (wikcionario wiki wik dicionario onomastico pinacoteca ))

Uma língua em geóglifos
cantaria na ave...!
- está escrita no pássaro
canta na concepção melódica da ave ...:
e por essa música "geoglifada" na partitura avícola
descreve-a conceituando em genes
na forma do corpo anatômico e fisiológico
geométrico corpo
da ave concebida
quase sem pecado
não fosse a concepção geométrica do ser
que apaga o ente
Essa linguagem em geoglifos
- está escrita no poeta!
porquanto na alma do poeta
canta um idioma em geoglifos!
incrustado no espírito
nada santo
e paradoxalmente todo santo
se não se apegar aos fracionamentos
a revolver o homem em camadas sedimentares
dentro do poeta
o qual sobrevive no interior do homem

Todavia o homem
- o comum dos homens
não tem o poder de ler
em idioma geoglífico
graças aos seus apodos
anodos catodos geodos
e tropos : litote antonomásia
sinédoque hipérbole metonímia
metalepsia perífrase
- graças à Polímnia! :
Musa da retórica
- graças às três graças
e graças à sua graça na garça!
ó garça no paul
branca na vela da luz solar...:
- e graças à sua graça
"Stela" bela
- beta na manhã
alfa à noite

Um idioma em geóglifos
nem pode ser lido
em logos de homem
Somente pode ser ouvido
e lido na lida da escrita
naquele ato de poeta
no vidro da vida
- mas não na literatura do poeta!,
a qual dá à ciência
um pouco da esmola sapiencial
em vocábulos polifônicos
na terminologia de Goethe
Dostoievski-Modigliani
Chopin-Champollion
Platão-Planck
Euclides-Descartes
dentre outros poetas
oriundos do fundo
- do mais profundo
das várias línguas
que são linguagens
metafísicas ou matemáticas
cuja poesia
não pode ser escrita
pintada ou esculpida
senão na alma
do ornitorrinco e do ornitólogo
do macuco e do maluco
que é o homem
( - e somos nós!
poetas soterrados
por camadas geológicas da terra
no corpo e fora do corpo
ao montes nos montes
e pelos montes amontoados
em montanhas e serras e cordilheiras
vincadas pela escrita geoglifica do sol
que não lê em cuneiforme
nem tampouco em hieróglifos
grego copta
ou sânscrito dos sânscritos )

A língua geoglífica
haurida do cosmos
desce ao anjo natural
mensageiro dos poetas
porque tão-somente os poetas vitais
virais e vitalícios
e poetisas tais
( mais que tais! :
a mulher é muito mais vital-viral-vitalícia...)
têm acesso a ela
exposta em estela
ou quando amarela
na folha de outono
escrita ali
ou na asa da borboleta amarela
que passa pelo amarelo
o amarelo-canário ou ouro
pintado no espectro dos olhos
dos pintores impressionistas
à la Claude Monet
um poeta-vaga-lume de luz radiante
- ambiente

Contudo não podem escrevê-la
na sua poesia
os poetas
- mas apenas na sua alma!,
porquanto é um código
praticamente intraduzível em outro idioma
apenas passível de versão
em outra linguagem
ou outra língua
enfim, em língua-linguagem
para além de qualquer escrita para leitura e literatura
pois não está arraigada
no depois temporal do verbo
o qual inventa e emite
um tempo para inexistência do homem
- tempo para homem morto
que não tem mais tempo
junto às ervas verdejantes
esparsas nos passos dos caminhos plantados com os pés

A aventura de traduzir
tal língua em vernáculo
ou em qualquer outro código linguístico
ou de linguagem
é algo assim como fazer tradução
do galo para o francês
ou do francês ao galo
- da antiga Gália
onde vivia o gaulês
no geodo do corpo
escrito com genes
em um código de comunicação em geóglifos
- um dentre infinitos códigos de comunicação geoglífica
se há algum infinito
em linguagem matemática "algebricada"
que pensa o todo
e mais que o todo :
o infinito
e o nada
outrossim algebrizado
- o nada que denega tudo
nos atos dos matemáticos
apóstolos dos poetas
e dos filósofos na nadificação
- do nado ao nada
( e do nada ao nado?!... )

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MARIMBONDO ( wikcionairo wiki wik dicionario etimologia etimologico cientifico )

Marimbondos

Um marimbondo em preto e branco
pintalgado na entre-cor-não-cor
do tabuleiro de xadrez
ou do piso enxadrezado de um "Scotch" bar
assentou-se no meu braço
entre os pelos
no abandono confiante
de quem está em casa
ou no vespeiro
construído com barro
na palma do coqueiro
- sob a palma
ou no lado da palma da palmeira
virada para baixo
no engenhoso e impávido
desafio à gravidade
( O marimbondo põe a palma
com calma
muita calma
- virada no diabo!
lidando com a gravidade
numa casa-caixa
cujo alicerce
fica de ponta a cabeça )

Fato similar se deu com uma mariposa
em solitude sob meus pelos do braço...
- Uma térmita veio voando de longe!
flutuando
flutuante no ar
fluindo sob aguaceiro pluvial
fluída sobre o fluido fluvial
fluente
influente
afluente
fluídico
na canoa
a fluir


Esses fatos agora transcritos
foram atos desses insetos
ocorridos antes e depois das chuvas
no tempo tecido em filó
para mariposas noivas
com asas em cruz
ativas térmitas
dinâmicos demônios alados
- diabos à chuva

As criaturas de que falo
( e canto seu encanto
num acalanto para pranto de chuva! )
- vieram e vêm me visitar
pelo vagalume
o qual é um besouro lucífero
e por outros entes alados
voantes no anjo aos bandos
com banjos
conquanto anjos não existam
inexistam
Entretanto estão postados na mente humana
entre um querubim
e um serafim
- seres criadores da essência mental
a qual passa de arcanjo
com asas descruzadas
para insetos
cujas asas formam a cruz no voo
- no conceito desenhado ao planar
no plano de Euclides para geômetras
Picassos e Modiglianis...
( Insetos são anjos de verdade
- arcanjos na existência
na benção e batismo
oriundas das mãos da água fluindo
fluente vertical ou horizontalizada
- a água desenhando e moldando
- dando concepções ao barro!
- à terra que se molda em moringa
graças aos gestos abençoados
por mãos aquáticas
as quais são as mais humanas
- a água molda as mãos
de todos os seres humanos
os quais moldam o vespeiro
o cupinzeiro o castelo a colmeia
ou o ninho do passarinho
pois cupins aves lagartos e homens
são todos seres humanos
- entes moldados pela água
que desenha a vida na terra
Oh! O rascunho do galo!...
Ah! o rascunho riscado
da notação em partitura
rabiscada no pergaminho da madrugada
onde notas musicais
de melodia incipiente
para canto de galo
ficaram borradas sob o rascunho
- todo riscado!...
numa poça de borrão )

Os insetos d´água
- esses propulsores da vida
eclodem da água
e vêm de longe me visitar
( revisitação!...)
Amo de um amor de amar o mar
mar a mar a espraiar pela praia
- amo todos os insetos que vêm a mim
derramar sua benção de mar
de água pura e benta
- água da vida

Mas não seria eu que vou de voo
de encontro chuvoso com os insetos
batendo asas em cruz
em dia e noite chuvosa
- ou eles que vêm a mim?!
porquanto deles descendo
- de todos os insetos dependo para viver?!
- minha vida e minh'alma
está na gota de vida e alma
que os insetos trazem
pelos bater das asas
aparentemente silentes

Insetos e anfíbios
expressam a vida
na literatura da natureza
escrita com geoglifos
na onda eletromagnética
que dança na água
e se desenha em senóides
na arte da geometria...:
pois se se extinguir a luz
dançante na noite
mais negra que o anum
- sem a luz errante do vagalume!
ai! se apagará a vela das estrelas
nos olhos apagados
riscados do rascunho!
Olhos de todos os viventes
então cegos e sem sol
e consequentemente sem água
pois a água é a concubina do sol

Sem o sol
que anima os pirilampos
apagar-se-á toda luz cambiante
furtada nas águas-furtadas
emitidas a pinceladas pelos olhos verdes
descidos ao mar
e subindo em águas-furtadas
( - "homem ao mar!"
"olhos verdes ao mar!"
grita o marinheiro
ao se deparar com o verde
- ao verde em pastoral
emergindo dos olhos do meu pai!
- uns olhos para acender sonhos
- no universo... )

Outrossim
dos olhos castanhos
será despejada a luz

Dos olhos negros
sem a alma de Lúcifer
a luz não deixará pagadas
de sapatos ou pés descalços
Lúcifer
o cavaleiro negro da luz
de olhar negro
a contemplar um sol negro

Dos dois azuis olhos
em face cândida
de um azul cerúleo... :
- do dúplice azul cerúleo!,
refletido no mar,
enquanto olhar para barco e veleiro
- duplo olhar
do homem em ato
e do Narciso em mito
Dos olhos decíduos
junto às folhas
descaindo na graça da força
centrípeta e centrífuga
emitida pela turbo-hélice de outono
quando sopra o anjo no vento
no moinho de vento
do anil para a grama
- esses olhos postos no anil do céu
e posteriormente
descidos descalço à terra-terra
água-água
terra-água-e-água-terra
da realidade natural
existencial e essencial :
- água-terra!
são olhos angélicos
em folhas amarelas outonais
com anjos decaídos
sob suas asas ininteligentes
( folhas ao vento soltas
são asas sem inteligência
- sem a inteligência montada nas asas da borboleta
que dão liberdade de escolha
contra o despotismo do vento
ventríloco )

Mas quem lê o livro natural
de excelsa poesia
pura filosofia
plena sabedoria
- obra decodificada em vida?!
O Livro da Vida escrito pela vida
enquanto poetisa
no seu código geoglifico...
escritura em água e terra...
- profusamente filosófico... )

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

LÍNGUA ( wikcionario wiki wik dicionario aurelio houais enciclopedia delta larousse britannica)


Uma língua de geóglifos
está escrita no pássaro
- está escrita no poeta
mas o homem
nem a pode ler
graças aos seus apodos
- graças à sua garça
"Stela" bela
- beta na manhã
alfa à noite

Um idioma em geóglifos
nem pode ser lida
no logos do homem
Somente pode ser ouvida
lida e escrita
na literatura do poeta
que dá à ciência
um pouco de esmola
em vocábulos polifônicos
na terminologia de Goethe
Dostoievski-Modigliani
Chopin-Champollion
Platão-Planck
Euclides-Descartes
dentre outros poetas
oriundos do fundo
- do mais profundo
das várias línguas
que são linguagens
metafísicas ou matemáticas
cuja poesia
não pode ser escrita
pintada ou esculpida
senão na alma
do ornitorrinco e do ornitólogo
do macuco e do maluco
que é o homem
( - e somos nós! )

A língua geoglífica
é haurida do cosmos
Os poetas têm acesso
contudo não podem escrevê-la
na sua poesia
mas apenas na sua alma
porquanto é um código
praticamente intraduzível em outro idioma
apenas passível de versão
em outra linguagem
( A aventura de traduzir
tal língua em vernáculo
ou em qualquer outro código linguístico
ou de linguagem
é algo assim como fazer tradução
do galo para o francês
ou do francês ao galo
- da antiga Gália
onde vivia o gaulês
no geodo do corpo
escrito com genes
que são um código de comunicação em geóglifos
- um dentre infinitos
se há ao menos um infinito
em linguagem matemática-algébrica
que pensa o todo
e mais que o todo :
o infinito
e o nada
que denega tudo
nos atos dos matemáticos
- apóstolos dos poetas )

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

ANÚBIS ( wikcionario wiki wik dicionario enciclopedia etimologia wikipedia )

Achando uma loba e um estado, se conta a história e a lenda de Roma, sendo a lenda ou a história de Roma a lenda e a história de qualquer estado ou cidade-estado e o mito de Jesus nos Evangelhos outrossim repete a narração sobre Rômulo e Remo, sendo, no caso do evangelho, a loba matriz a Virgem Maria. A história de Jesus é a história de Rômulo e Remo e, concomitantemente, de Roma. A ama dos fundadores de Roma foi Aca Laurência, cuja alcunha era "A Loba".
A loba capitolina evoca uma relação misteriosa do homem com seus deuses zoomorfos e antropozoomorfos e cósmicos : Anúbis, Horus, o disco solar ou o deus-sol ( Rá), enfim, o Panteão egípcio com suas divindades.

O deus Osíris, que ressuscitou antes de Cristo, e que é outra história de Jesus, ou seja, outra história mitológica ou lendária narrada milhares de anos antes da história de Jesus aflorar na tradição e, posteriormente, nos Evangelhos canônicos e apócrifos. Osíris é uma divindade antropomórfica, cujo antropomorfismo pode ter sugerido aos gregos ( humanistas) a forma da totalidade dos seus deuses e deusas.
O panteão grego é mui humano, "Humano, demasiado humano", diria Nietzsche. Daí "humanismo" enquanto termo e tempo histórico a guardar o surto de paixão pelo clássico, que era o grego antigo, no portal da historial?!
No panteão grego os deuses eram todos antropomorfos, porquanto o grego colocava o homem no centro de tudo ( ou acima de tudo, no Olimpo, sobre o Monte Olimpo, pois os deuses da mitologia grega eram homens psicológicos e físicos, excetuadas algumas divindades menores : centauros e mesmo o grande deus Pã, antropozoomorfos ) , pois é do homem que partem todas as coisas e voltam todas as coisas, não importa se tais "coisas" retornam ao homem sob a forma de objetos dados aos sentidos e conceitos elucubrados no intelecto, cozinhados no espírito, na mente humana ; no ser humano vai e vem mundos diversos : um mundo que o homem lança nos sentidos que vão captar as "coisas" ou a natureza e retorna outro mundo, o qual é lançado ou percebido no outro mundo, o mundo de fora, no exterior do homem, sendo o homem senhor de dois universos paralelos a ele : o universo de dentro do homem ( sua mente. O mundo sobrenatural seria o dado pelo imaginário ) e o de fora ( a natureza, o mundo natural ).
O homem lança e expele um universo ou dois : um na existência, fora do homem, e outro na essência do homem, dentro da alma, do espírito humano, durante o transcurso da vida. Daí o termo humanismo, utilizado na história pós-medieval, no período que os historiadores gostam de chamar "Renascimento" ( do homem ou do mundo enquanto antropocentrismo, antromorfismo?! ).
Outrossim guarda a história lendária de Mogli, o menino-lobo e a lenda de Tarzan dos macacos, ambas ambientadas na mente de escritores ingleses invade a zona proibida de inúmeros interesses ( contextos ) que floresceram na Inglaterra, enquanto pátria e império, e certamente entrou no fluido da mente desses autores ingleses que captaram símbolos e os transmitiram de uma forma ingênua, porém de beleza e senso de aventura inesquecível, que perdura no imaginário.
Essas histórias ou lendas ou mitos, narram ou evocam a história do homem na pré-história
( como pode haver história antes da história, que é escrita ou é a escrita narrando fatos ou mitos fundamentados em fatos distorcidos na curva parabólica dos contextos?! ) , na forma oral ou mental ou mnemônica ou estão impressas pelos atos e fatos pregressos escritos indelevelmente no código genético, esse escritor e desenhista do corpo e da mente humana.
Do exposto pode-se concluir ( ou não ) que a história da loba capitolina leva a vários caminhos entrecruzados na história : a loba não narra apenas a história de Roma, mas a história de Moisés, com Rômulo e Remo, e tantas outras histórias subjacentes e que afloram nas mais variadas culturas e territórios distantes da história originária, a qual ninguém pode saber qual é, todos ignoram, porém fingem saber alguns eruditos cuja função não é saber, mas conhecer.
Contudo o conhecimento tem limite no saber e o saber limite no homem enquanto o indivíduo não percebe o anti-limite no que parece limitar os sentidos e o corpo e mente humanas fincados num determinado território, com uma determinada língua contextual e cultura que limita o homem.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

JOAN MIRÓ ( carnaval del arlequín,cabeza de labriego campezin catalán, mujer, wikcionario )


A lua assomou sobre o Edifício Flamboyant
como se fosse um chapéu
sobre a mole
um adorno feminil
( à maneira de Modigliani! )
compondo-se com os cabelos negros
de uma mulher bela
em plenitude e pujança
com a juventude pintada nas madeixas bastas
- negras tranças
na cabeça da noite
( A noite é a deusa Hebe e a deusa Nix
dependendo do referencial no olhar em perspectiva
ou das concepções bifrontais
postas em ser na cabeça do deus Jano
- o bifronte! )
A beleza noturna
soturna
quase em surdina
em noturno pianíssimo
( A noite é a segunda beleza
e a segunda diva
depois da mulher
- é a segunda mulher!
ambas carregando no ventre
a pura poesia
do eterno feminino de Goethe
- que o poetas nomeiam como deusas
os atributos femininos
ou tudo o que se via na antiguidade
em sua psicologia e antropologia e zoologia
que denominamos errônea e levianamente de mitologia
quando é ciência em forma poético-filosófica
em na forma do belo
que exprime e descreve e analisa
todos os gestos e atributos humanos e naturais
de maneira holística
nas formas científicas que chamamos fábula
quando fala da zoologia
ou mito quando aborda toda a antropologia e sociologia e psicologia humana... )

A lua cheia
banhada no amarelo ouro
- o plenilúnio
pairando sobre a terra despojada do filão das minas gerais
- filão de ouro e ferro e trem-de-ferro
e ferrete e sais minerais
e outros minérios e minerais de ferro e ferrugem
ferruginosos
óxido de ferro
- tudo assente na terra e no dente do gentílico /
pois a terra tinha tantas minas com filão
que cabia na boca e dentes das gentes
animava o sorriso áureo do garimpeiro
- do mineiro matuto
do tabaréu e da tabaroa
bem como no nome de Minas Gerais /
- atual estado de alguns eleitos para tal empresa
porquanto estado no Brasil ainda significa feudo
na prática práxis axial do vocábulo
ou não o que diz o vocábulo
mas o que manda dizer
o dono da voz e vez
porque aqui ainda funciona o moinho medievo
É genético
não tem muda
está no vegetal do homem
entranhado no sistema nervoso vegetativo
- tudo transitando transido de medo
entre a casa Grande e a Senzala
que este é o Brasil social perene
lido e escrito em genes
( está no genoma )

Portanto, mineiro, pegue a bateia
e vem atrás das minas gerais
ser mineiro
- vem ser mineiro!
conquanto cônscio
de que os governos
sempre roubam o quinto do ouro
a história antiga sendo reescrita perenemente
por sobre o pergaminho ou papiro ou papel
da história das minas nos quintos dos infernos
quando mandava El Rey de Portugal e Algarve
Hoje continuam a levar do povo
até o "quinto dos infernos!"
se pudesse existir alguma fração matemática
para designar o imaginário inferno de Dante
um poeta que entrou no inferno em busca da bem-amada
assim como já o fizera Orfeu
inveterado lírico cantor
cheio de candor no amor
- galo cantor
na zoologia enquanto instância da ciência
e da zoomorfia ou antropozoomorfia
enquanto deus
na pele de Anúbis
que ilustra bem o antropozoomorfismo
que poesia um deus no mundo
- pois poetizar um deus no mundo
é o mesmo que postar
- postá-lo nas aras e no saltares
e no livro dos mortos
- que sempre é o livro dos poetas!

A onomástica da terra veio pelo veio das mimas
então gerais demais
- então minas gerais
nome originário do veio da terra
porquanto o que nomeia a terra
diz da etnia e do povo da terra
e dos andarilhos e arrivistas
que vieram tomar o território aos indígenas
com grandes bandeiras e espadachins
cuja destreza leva a mão a escrever
a história da vitória de Samotrácia
- que a história é sempre do vencedor
que a escreve sobre o pó e com o sangue dos mortos
aos olhos vermelhos dos demônios
a espichar o rabo
até a cauda do fauno
abarcando vida e morte
o preto no branco
o dia na noite
o xadrez no tabuleiro

Somente com os passar do pó dos séculos /
depois que o tempo vira pó de madeira nativa /
( o tempo é a parte móvel do espaço ) /
sai dos alfarrábios para os olhos dos sábios /
desenhado com o dedo na poeira local
da vida que foi alfa um dia
cintilou em alfa do centauro
para a vida que é agora
quando o espaço empurrar um outro pedaço de espaço /
que se desloca paulatinamente /
formando o tempo
ou o conceito do tempo
ou a intuição do tempo
conforme o tempo seja o temo real
dado no mover do espaço
ou o espaço filosófico de Kant-Shopenhauer
que é um sentido interno no homem
Dessa espécie de erosão espacial /
que se passa na mente ou em natureza
nasce o tempo /
que é movimento de parte do espaço /
movido a torque de algum motor /
que se moveu primeiro /
depois do motor originário /
( o motor de Aristóteles )
- motor, portanto, que se moveu segundo /
( e não primeiro, mas segundos antes /
segundo os Evangelhos e os escritos no Tanakh e Corão /
e em tudo que é santo e sábio livro ) /
- motor movido a trilhões de anos após o movimento originário /
cujo movimento ocorreu antes das estrelas /
das cefeidas e anãs brancas /
azuis amarelas vermelhas castanhas
- antes da eclosão do universo /
antes do segundo motor /
escrito no espaço /
descrito no tempo /
- motor descritor
lido prensado nos alfarrábios dos rabinos
( Ao ler o alfarrábios /
os eruditos inteligentes provam apenas o sabor dos signos nos significados /
enquanto eruditos simplórios se enterram sob sete palmos de signos
mortos com os mortos
despidos do contexto de alma e tumba )
Os sábios, entretanto, provam diferente do vulgo ignaro /
parvo parcial parco e patético /
pois detectam pelo gosto /
a história em pó nos alfarrábios /
(onde os mortos vivem em signos e micróbios
conjuminados com ácaros traças carunchos... ) /
e a relação que mantêm com a história escrita no alfarrábio lido /
é tal qual como se fosse o ato de degustar a fruta do pequi /
fresca e viva no sabor amarelo de outro ouro da vida /
numa curva que alonga o amarelo das abelhas /
- amarelo em mel e listas rajadas no abdômen /
que prova o gosto originário da terra /
em seu amarelecer para outono /
transformando o sabor nativo da terra /
em sapiência /
gosto da terra /
e do ser humano sobre a terra /
na história que a terra escreve nas frutas /
nas abelhas e nas flores /
e no homem ali nativo /
irmão dos vegetais e dos animais /
filho da terra e d água que erodiu a terra /
juntou o arenito e fez o ser humano /
ao gosto da laranja da terra
- o ser humano cuja história primeva
foi escrita em seu corpo com geóglifos
antes dos escribas por em sânscrito
hebraico grego e latim
- o homem em hieróglifos
posteriormente em demóticos
e por fim nas línguas alfabéticas
- grego e latim
que o homem moderno
desde a história das línguas
que narram e pensam as histórias dos homens
das línguas alfabéticas
está descrito e pensado e grego e latim ) /

Sobre o flamboyant /
( "Delorix regia" no latim invulgar ) /
flor-do-paraíso e pau-rosa /
na voz corrente do vulgo /
dispensada suposta malícia das brasas do pau-brasil /
no pau-rosa que não evoca a rosa em cor e flor /
nem a candura da acácia rubra /
na cor da face em carmim da moça dente-de-leite /
ou do varão no dente-de-leão /
- erva daninha bravia pelos caminhos silvestres /
aonde não anda pedestre ou quaisquer transeuntes /
que não os silvícolas de antanho /
tempos em flor para a palavra fulô /
desabrochar o "logos" da flor ) /

Sobre a mole do Edifício Flamboyant /
a lua tal qual uma chapéu de palha pintado no amarelo da lua pia /
adorna a cabeça do enorme prédio /
como se fora o sorriso do gato de Alice /
arrastada lá do País das Maravilhas /
para o lugar onde a clareza dos montes é só metáfora /
ou cuja toponímia é um exônimo para designar lugar em Portugal
que em Portugal afiançam alguns
existiam uns montes
que designavam de claros
- Montes Claros

No mês quadriculado por quadrilhas de junho de Santo Antônio /
onde abundam quadrilhas e fogueiras e fogos de artifício /
e fogo-fátuos e bandeirolas a ataviar os espaços no tempo /
de São João e São Pedro /
que ainda andam mansos e santos na sua mansuetude /
pelo meio do povo simplório em suas manifestações /
- do povo das Minas Gerais /
na santa terra prometida em filão de Minas Gerais /
para onde peregrinou um arameu errante /
que veio de longe e de antes /
- muito antes que o tempo formasse o pó /
que é o espaço de hoje do corpo /
entre imaginários montes
vislumbrados no horizonte
( ou seja, longe!
de uma longura idílica
como o amor romântico
e o barco no rio
com o pescador
descendo pelos cachos dos cabelos da cachoeira cantante
- cantarolante )
da terra abençoada com pequi no pequizeiro
onde sobe o homem da poeira ao rés-do-chão
para formar o corpo humano do nativo
com a energia de fogo do sol
que coze o homem
e assim torna esse ser
mera cerâmica industrializada pela natureza
onde sobeja o pequi cozido com arroz
- sápido e amarelo-pequi em nuance
matiz por um triz!
planta e fruta que dialoga com a língua anatômica e fisiológica
sobre o gosto da terra
e narra estórias vegetais
e também diz do "logos" geológico da terra
à sombra do vale entre as montanhas de Minas
- minas sempre gerais pelos campos gerais /
que miram a serra do espinhaço /
e os arbustos floridos de roxo /
na beleza plena do ipê roxo /
que circula quedo e mudo /
como se fosse uma baiana rodando a saia /
na escola de samba /
Acadêmicos do Salgueiro /
estação Primeira de Mangueira /
ou num Império Serrano com anum
mais extenso que o romano /
ao menos na parábola-palavra do aedo /
sem medo de arremedo
ou do anum negro que firma a casa da noite

Subindo para os morrinhos /
ao pé do morro /
sonhando com o Santo Graal /
vi a lua assomar com face amarela
entre o Edifício Flamboyant e Deus /
A lua interposta entre Deus e a mole do Edifício
- vi-a na vida antes de codificar o ato de olhar palor de luar /
em noite na qual pensava na mulher /
que Joan Miró concebera numa obra de arte pictórica /

Em uma noite em que pintara Joan Miró
a mulher que amo!
arrancada em raiz herbácea do surreal
- aquela que somente vive em segredo e degredo de alma
dentro de mim
escondida do mundo
arredia na ermida do rocio
ou antes do orvalho fazer catedral
templo para corpo humano
onde os cavaleiros negros do apocalipse galopam
mas não chegam nunca
porque lá o espaço fica
entre a lua falciforme negra
e o espaço guardado pelo anjo do senhor
- anjo de mau a pior
de anjo a demônio
cavalgando um corcel amarelo
- cor do trigo da fome no Apocalipse /
dos quatro cavaleiros andantes /
arrostando moinhos de vento e moleiros moles /
cuja armadura é a mole do edifício Flamboyant
onde uma pá de moinho roda /
pelo toque das mãos do vento /
que move moinhos
( ventos são partes do espaço /
que se quebraram do todo espacial /
e se transformaram em porção móvel /
- quinhão denominado de tempo /
pois tempo é espaço móvel /
ou parcela do espaço estagnado /
que se partiu e se tornou espaço em movimento )

A lua que eu olhava era circular /
ovalada ou elíptica como sói dizer o físico /
para por o "logos" no jargão da física /
que quantifica a luz na constante de Planck /
( Quão em quanta se mensurou o espectro da luz do corpo negro! /
após a catástrofe do ultravioleta /
naquele momento em tese! /
não do momento, mas da tese /
na equação literal pela borda da álgebra!... ) /

Entrementes cismava eu com a mulher nada imaginária /
( e toda imaginação! )
furtada por uma água-furtada de autoria de Joan Miró /
que do ( quedo?) quadro do artista célebre /
fugisse amazona sobre um alazão ou égua abstrata
para dentro da noite escura nada abstrata
- noite acolhedora em trevas a vestir a mulher negra na noite /
trajá-la com vestes talares nigérrimas /
àquela deusa originária da água da placenta /
que um dia ou em outra noite /
desidratada cairá no pó da terra /
como pó de terra /
anjo decaído /
ser humano morto /
no retorno ao húmus /
na volta ao ventre da terra /
excetuada a mulher que Miró pintou /
imortal na tela mental /
protegido de bactérias carunhos e ácaros /
pelo tempo que tem no abstrato /
o anjo da guarda como relicário /
depositário fiel dos tesouros da inteligência /
encontradiços no museu do Ancião dos Dias /
( A vida goteja na decrepitude )

Pensava eu na mulher dentro da noite /
quando olhei a lua a banhar de amarelo-sertão a mole do edifício /
e a poesia aqui e ali plasmada nasceu em minha alma /
naquele e neste momento
( nunca é neste o momento!
- o tempo nunca é no tempo
pois o presente é fugidio
e tem mais tempo na lembrança
do que no momento-minuto
ou na hora do cuco sair alardeando no relógio suíço )
- momento ainda em idéia a caminhar
caminheira na estrada
- caminhão!
a cavaleiro negro da mole do edifício /
( cavaleiro negro laçado no apocalipse! )
antes de vir parar à cova aqui cavada nestes versos mortos nesta escrita /
ao descrever a mulher pintada pelo artista catalão /
que a pôs em tese na tela /
( redundância no vernáculo para designar lugar ) /
dentro da noite em obra pictórica /
sobrando nas sombras da noite /
nos meandros da alma /
e fora do espírito que olha /
a noite tingir o dia de trevas bastas /
em cabeleiras compridas /
ocultando a face feminina da noite /
sob um véu negro de cabelos longos /
- a mulher polifônica
minha em poesia e de Joan Miró em tela
escrita e desenhada
pintada na surrealidade
pela paleta do artista
e os signos e símbolos do vate
a cantarolar uma barcarola ou uma berceuse
par um riacho rolar seixos
e a criança amada pelo líquido do sangue
que enlaça os mares do corpo humano
( Amor está na corrente sanguínea! )

Todavia eu ia encontrar-me com outra mulher /
que nem era mulher ainda /
porém apenas ( se isso tudo é apenas ou tão-somente ou uma nonada ) /
- tão-só uma menina-moça de quatorze anos /
tão só!
- e tão só quanto a minha solidão
máxime em Robinson Crusoé em solitude na ilha /
que é o homem e a mulher em corpo humano
e corpo de ilha respectivamente
( corpo de ilha é terra
igual corpo de homem )

Ah! solidão e solitude!...
similar à solidão e solitude
que feria a menina
dentro da qual
havia um mar vermelho
que corria para o amor
- que amor é sangue
está no sangue!
- mar vivo
contraposto ao mar morto
à marmota e ao mármore
no qual Micheângelo ou Rodin...

( Insulado é o corpo humano /
fechado em si para a vida /
Hermética ilha a vida em seu interior /
ou seus inúmeros interiores físicos, químicos, eletromagnéticos,
espirituais ...
os quais trancam o castelo feudal
com ponte levadiça
abrindo a flor em racimo apenas ao espírito pensante
à alma filosofante que doa amor
ao rapsodo que recebe... )

Sob a perspectiva filosofante da obra de Joan Miró /
naquela noite que eu imaginava ser uma mulher pintada pelo artista /
( e não uma noite propriamente dita ) /
apenas minha filha andaria comigo /

Ela estaria junto ao meu caminhar /
na melhor parte do meu caminho sob lua /
abaixo do luar balouçante /
móvel lua similar a um gato sorridente /
no escuro que faz tez da madrugada /

No seio daquela noite pintada pelo palor do luar /
que no novilúnio não é lívido /
não é de uma lividez que vai ao amarelo macilento /
pálido amarelo do vampiro inexistente /
imagem tétrica da noite /
representada como ser humano /
conquanto morto-vivo /
sem o sol regando a diva anterior aos cabelos louros da aurora semi-desperta /
mas com a lua e as estrelas notâmbulas /
caçando morcegos e corujas pelos coruchéus /
sempre, entretanto, contíguo ao alvo que corre no leito ou álveo do leite /
da terra que mana leite e mel de abelha amada no favo /
com flor de laranjeira para o amplexo na barra da alva /
favo engasgado e engastado em abelha /
engaste da abelha-rainha /
uma gema-viva e mais preciosa /
que o tesouro do mel /
- arroio suave originário do néctar da flor...
Em perene canto de aboio
- o arroio...
descia a madrugada

Andarilhos à sombra imensa da noite /
sabíamos que somente minha filha teria genética /
para me seguir por aqueles ínvios caminhos de peregrinos /
dentre os quais ela buscaria comigo a mulher dentro da noite /
não a mulher de Miró integral no corpo de trevas noturnas /
mas apenas uma mecha do cabelo da mulher virtuosa /
essa safira ou preciosa ametista /
pérola negra esmeralda turquesa turmalina /
porquanto a mulher virtuosa é um ser quase mitológico /
se não fosse tão simples assim /
como um unicórnio /
( o unicórnio alegre de Salvador Dali
- unicórnio surreal, surrealista
sustentado no universo surrealista do pensamento...
- que pensa o sonho
um jardim para o vegetal
- o onírico vegetativo pensante
no sistema nervoso
que envia mensagens ao corpo humano
e ao corpo do unicórnio surreal
ou mitológico mítico...
- mito que cavalga rito!... )
um ser no meio do existente /
- meio existente no meio da vida /
em meio ao meio ambiente /
porém ser apenas na fauna do cérebro humano /
e não ser existente na realidade natural /
( fora dos fatos naturais /
presente e existente somente dentro do cérebro /
e como símbolo da mente /
que criou o unicórnio /
como Deus criou o homem e a mulher /
para além do meu cepticismo estúpido /
que existe ao sabor do pensamento imaginativo do homem /
dentro desse mundo interno ) /

Enfim, uma mulher bíblica/
já quase inexistente ou em extinção /
devido à ação predatória do homem /
alienado em mídia ou empresa /
ou outros monstros e ogros tais /
da alienação do pensamento turvo /
- torvo corvo estorvo /

Pela mulher dentro do corpo da noite /
em parábola de Joan Miró /
- na alegoria do artista /
a mulher que é a deusa /
na pele da noite /
noiva da consciência em tez negra /
vencendo a foice com que a lua se transmuta /
simbolizando o carrasco em forma de sociedade-foice /
( a lua desenha símbolo?!) /
- derribando com a guilhotina /
a cabeça da mulher virtuosa /
mas deixando ainda vivo /
por alguns minutos sexuais /
minutos finais de atividade elétrica
o corpo da fêmea /
que é semelhante /
não a Deus /
( às deusas gregas e romanas
do antigo museu do surrealismo grego... )
porém aos animais no cio /
para pasto de faunos e sátiros /
de mundo irreais para a paixão /
que odeio no cristão /
não obstante amar no pagão /
românticos surrealistas...:
surreais românicos!

A mulher em Joan Miró /
pura poesia é /
mas fora dele também /
- é poesia mais vasta /
ao se por no mundo /
ao por seu ser feminino no mundo /
aberto aos campos e prados vastos da filosofia /
que pesca e pesa mentes dentro de cérebros /
peixes em águas profundas /
- pesados cavalos-marinhos
sem cavaleiros ou amazonas a montar
livres no seu vegetar
e na sua pensante-vegetante filosofia
do real ao surreal
A lua assomou sobre o Edifício Flamboyant
como se fosse um chapéu
sobre a mole
um adorno feminil
( à maneira de Modigliani! )
compondo-se com os cabelos negros
de uma mulher bela
em plenitude e pujança
com a juventude pintada nas madeixas bastas
- negras tranças
na cabeça da noite
( A noite é a deusa Hebe e a deusa Nix
dependendo do referencial no olhar em perspectiva
ou das concepções bifrontais
postas em ser na cabeça do deus Jano
- o bifronte! )
A beleza noturna
soturna
quase em surdina
em noturno pianíssimo
( A noite é a segunda beleza
e a segunda diva
depois da mulher
- é a segunda mulher!
ambas carregando no ventre
a pura poesia
do eterno feminino de Goethe
- que o poetas nomeiam como deusas
os atributos femininos
ou tudo o que se via na antiguidade
em sua psicologia e antropologia e zoologia
que denominamos errônea e levianamente de mitologia
quando é ciência em forma poético-filosófica
em na forma do belo
que exprime e descreve e analisa
todos os gestos e atributos humanos e naturais
de maneira holística
nas formas científicas que chamamos fábula
quando fala da zoologia
ou mito quando aborda toda a antropologia e sociologia e psicologia humana... )

A lua cheia
banhada no amarelo ouro
- o plenilúnio
pairando sobre a terra despojada do filão das minas gerais
- filão de ouro e ferro e trem-de-ferro
e ferrete e sais minerais
e outros minérios e minerais de ferro e ferrugem
ferruginosos
óxido de ferro
- tudo assente na terra e no dente do gentílico /
pois a terra tinha tantas minas com filão
que cabia na boca e dentes das gentes
animava o sorriso áureo do garimpeiro
- do mineiro matuto
do tabaréu e da tabaroa
bem como no nome de Minas Gerais /
- atual estado de alguns eleitos para tal empresa
porquanto estado no Brasil ainda significa feudo
na prática práxis axial do vocábulo
ou não o que diz o vocábulo
mas o que manda dizer
o dono da voz e vez
porque aqui ainda funciona o moinho medievo
É genético
não tem muda
está no vegetal do homem
entranhado no sistema nervoso vegetativo
- tudo transitando transido de medo
entre a casa Grande e a Senzala
que este é o Brasil social perene
lido e escrito em genes
( está no genoma )

Portanto, mineiro, pegue a bateia
e vem atrás das minas gerais
ser mineiro
- vem ser mineiro!
conquanto cônscio
de que os governos
sempre roubam o quinto do ouro
a história antiga sendo reescrita perenemente
por sobre o pergaminho ou papiro ou papel
da história das minas nos quintos dos infernos
quando mandava El Rey de Portugal e Algarve
Hoje continuam a levar do povo
até o "quinto dos infernos!"
se pudesse existir alguma fração matemática
para designar o imaginário inferno de Dante
um poeta que entrou no inferno em busca da bem-amada
assim como já o fizera Orfeu
inveterado lírico cantor
cheio de candor no amor
- galo cantor
na zoologia enquanto instância da ciência
e da zoomorfia ou antropozoomorfia
enquanto deus
na pele de Anúbis
que ilustra bem o antropozoomorfismo
que poesia um deus no mundo
- pois poetizar um deus no mundo
é o mesmo que postar
- postá-lo nas aras e no saltares
e no livro dos mortos
- que sempre é o livro dos poetas!

A onomástica da terra veio pelo veio das mimas
então gerais demais
- então minas gerais
nome originário do veio da terra
porquanto o que nomeia a terra
diz da etnia e do povo da terra
e dos andarilhos e arrivistas
que vieram tomar o território aos indígenas
com grandes bandeiras e espadachins
cuja destreza leva a mão a escrever
a história da vitória de Samotrácia
- que a história é sempre do vencedor
que a escreve sobre o pó e com o sangue dos mortos
aos olhos vermelhos dos demônios
a espichar o rabo
até a cauda do fauno
abarcando vida e morte
o preto no branco
o dia na noite
o xadrez no tabuleiro

Somente com os passar do pó dos séculos /
depois que o tempo vira pó de madeira nativa /
( o tempo é a parte móvel do espaço ) /
sai dos alfarrábios para os olhos dos sábios /
desenhado com o dedo na poeira local
da vida que foi alfa um dia
cintilou em alfa do centauro
para a vida que é agora
quando o espaço empurrar um outro pedaço de espaço /
que se desloca paulatinamente /
formando o tempo
ou o conceito do tempo
ou a intuição do tempo
conforme o tempo seja o temo real
dado no mover do espaço
ou o espaço filosófico de Kant-Shopenhauer
que é um sentido interno no homem
Dessa espécie de erosão espacial /
que se passa na mente ou em natureza
nasce o tempo /
que é movimento de parte do espaço /
movido a torque de algum motor /
que se moveu primeiro /
depois do motor originário /
( o motor de Aristóteles )
- motor, portanto, que se moveu segundo /
( e não primeiro, mas segundos antes /
segundo os Evangelhos e os escritos no Tanakh e Corão /
e em tudo que é santo e sábio livro ) /
- motor movido a trilhões de anos após o movimento originário /
cujo movimento ocorreu antes das estrelas /
das cefeidas e anãs brancas /
azuis amarelas vermelhas castanhas
- antes da eclosão do universo /
antes do segundo motor /
escrito no espaço /
descrito no tempo /
- motor descritor
lido prensado nos alfarrábios dos rabinos
( Ao ler o alfarrábios /
os eruditos inteligentes provam apenas o sabor dos signos nos significados /
enquanto eruditos simplórios se enterram sob sete palmos de signos
mortos com os mortos
despidos do contexto de alma e tumba )
Os sábios, entretanto, provam diferente do vulgo ignaro /
parvo parcial parco e patético /
pois detectam pelo gosto /
a história em pó nos alfarrábios /
(onde os mortos vivem em signos e micróbios
conjuminados com ácaros traças carunchos... ) /
e a relação que mantêm com a história escrita no alfarrábio lido /
é tal qual como se fosse o ato de degustar a fruta do pequi /
fresca e viva no sabor amarelo de outro ouro da vida /
numa curva que alonga o amarelo das abelhas /
- amarelo em mel e listas rajadas no abdômen /
que prova o gosto originário da terra /
em seu amarelecer para outono /
transformando o sabor nativo da terra /
em sapiência /
gosto da terra /
e do ser humano sobre a terra /
na história que a terra escreve nas frutas /
nas abelhas e nas flores /
e no homem ali nativo /
irmão dos vegetais e dos animais /
filho da terra e d água que erodiu a terra /
juntou o arenito e fez o ser humano /
ao gosto da laranja da terra
- o ser humano cuja história primeva
foi escrita em seu corpo com geóglifos
antes dos escribas por em sânscrito
hebraico grego e latim
- o homem em hieróglifos
posteriormente em demóticos
e por fim nas línguas alfabéticas
- grego e latim
que o homem moderno
desde a história das línguas
que narram e pensam as histórias dos homens
das línguas alfabéticas
está descrito e pensado e grego e latim ) /

Sobre o flamboyant /
( "Delorix regia" no latim invulgar ) /
flor-do-paraíso e pau-rosa /
na voz corrente do vulgo /
dispensada suposta malícia das brasas do pau-brasil /
no pau-rosa que não evoca a rosa em cor e flor /
nem a candura da acácia rubra /
na cor da face em carmim da moça dente-de-leite /
ou do varão no dente-de-leão /
- erva daninha bravia pelos caminhos silvestres /
aonde não anda pedestre ou quaisquer transeuntes /
que não os silvícolas de antanho /
tempos em flor para a palavra fulô /
desabrochar o "logos" da flor ) /

Sobre a mole do Edifício Flamboyant /
a lua tal qual uma chapéu de palha pintado no amarelo da lua pia /
adorna a cabeça do enorme prédio /
como se fora o sorriso do gato de Alice /
arrastada lá do País das Maravilhas /
para o lugar onde a clareza dos montes é só metáfora /
ou cuja toponímia é um exônimo para designar lugar em Portugal
que em Portugal afiançam alguns
existiam uns montes
que designavam de claros
- Montes Claros

No mês quadriculado por quadrilhas de junho de Santo Antônio /
onde abundam quadrilhas e fogueiras e fogos de artifício /
e fogo-fátuos e bandeirolas a ataviar os espaços no tempo /
de São João e São Pedro /
que ainda andam mansos e santos na sua mansuetude /
pelo meio do povo simplório em suas manifestações /
- do povo das Minas Gerais /
na santa terra prometida em filão de Minas Gerais /
para onde peregrinou um arameu errante /
que veio de longe e de antes /
- muito antes que o tempo formasse o pó /
que é o espaço de hoje do corpo /
entre imaginários montes
vislumbrados no horizonte
( ou seja, longe!
de uma longura idílica
como o amor romântico
e o barco no rio
com o pescador
descendo pelos cachos dos cabelos da cachoeira cantante
- cantarolante )
da terra abençoada com pequi no pequizeiro
onde sobe o homem da poeira ao rés-do-chão
para formar o corpo humano do nativo
com a energia de fogo do sol
que coze o homem
e assim torna esse ser
mera cerâmica industrializada pela natureza
onde sobeja o pequi cozido com arroz
- sápido e amarelo-pequi em nuance
matiz por um triz!
planta e fruta que dialoga com a língua anatômica e fisiológica
sobre o gosto da terra
e narra estórias vegetais
e também diz do "logos" geológico da terra
à sombra do vale entre as montanhas de Minas
- minas sempre gerais pelos campos gerais /
que miram a serra do espinhaço /
e os arbustos floridos de roxo /
na beleza plena do ipê roxo /
que circula quedo e mudo /
como se fosse uma baiana rodando a saia /
na escola de samba /
Acadêmicos do Salgueiro /
estação Primeira de Mangueira /
ou num Império Serrano com anum
mais extenso que o romano /
ao menos na parábola-palavra do aedo /
sem medo de arremedo
ou do anum negro que firma a casa da noite

Subindo para os morrinhos /
ao pé do morro /
sonhando com o Santo Graal /
vi a lua assomar com face amarela
entre o Edifício Flamboyant e Deus /
A lua interposta entre Deus e a mole do Edifício
- vi-a na vida antes de codificar o ato de olhar palor de luar /
em noite na qual pensava na mulher /
que Joan Miró concebera numa obra de arte pictórica /

Em uma noite em que pintara Joan Miró
a mulher que amo!
arrancada em raiz herbácea do surreal
- aquela que somente vive em segredo e degredo de alma
dentro de mim
escondida do mundo
arredia na ermida do rocio
ou antes do orvalho fazer catedral
templo para corpo humano
onde os cavaleiros negros do apocalipse galopam
mas não chegam nunca
porque lá o espaço fica
entre a lua falciforme negra
e o espaço guardado pelo anjo do senhor
- anjo de mau a pior
de anjo a demônio
cavalgando um corcel amarelo
- cor do trigo da fome no Apocalipse /
dos quatro cavaleiros andantes /
arrostando moinhos de vento e moleiros moles /
cuja armadura é a mole do edifício Flamboyant
onde uma pá de moinho roda /
pelo toque das mãos do vento /
que move moinhos
( ventos são partes do espaço /
que se quebraram do todo espacial /
e se transformaram em porção móvel /
- quinhão denominado de tempo /
pois tempo é espaço móvel /
ou parcela do espaço estagnado /
que se partiu e se tornou espaço em movimento )

A lua que eu olhava era circular /
ovalada ou elíptica como sói dizer o físico /
para por o "logos" no jargão da física /
que quantifica a luz na constante de Planck /
( Quão em quanta se mensurou o espectro da luz do corpo negro! /
após a catástrofe do ultravioleta /
naquele momento em tese! /
não do momento, mas da tese /
na equação literal pela borda da álgebra!... ) /

Entrementes cismava eu com a mulher nada imaginária /
( e toda imaginação! )
furtada por uma água-furtada de autoria de Joan Miró /
que do ( quedo?) quadro do artista célebre /
fugisse amazona sobre um alazão ou égua abstrata
para dentro da noite escura nada abstrata
- noite acolhedora em trevas a vestir a mulher negra na noite /
trajá-la com vestes talares nigérrimas /
àquela deusa originária da água da placenta /
que um dia ou em outra noite /
desidratada cairá no pó da terra /
como pó de terra /
anjo decaído /
ser humano morto /
no retorno ao húmus /
na volta ao ventre da terra /
excetuada a mulher que Miró pintou /
imortal na tela mental /
protegido de bactérias carunhos e ácaros /
pelo tempo que tem no abstrato /
o anjo da guarda como relicário /
depositário fiel dos tesouros da inteligência /
encontradiços no museu do Ancião dos Dias /
( A vida goteja na decrepitude )

Pensava eu na mulher dentro da noite /
quando olhei a lua a banhar de amarelo-sertão a mole do edifício /
e a poesia aqui e ali plasmada nasceu em minha alma /
naquele e neste momento
( nunca é neste o momento!
- o tempo nunca é no tempo
pois o presente é fugidio
e tem mais tempo na lembrança
do que no momento-minuto
ou na hora do cuco sair alardeando no relógio suíço )
- momento ainda em idéia a caminhar
caminheira na estrada
- caminhão!
a cavaleiro negro da mole do edifício /
( cavaleiro negro laçado no apocalipse! )
antes de vir parar à cova aqui cavada nestes versos mortos nesta escrita /
ao descrever a mulher pintada pelo artista catalão /
que a pôs em tese na tela /
( redundância no vernáculo para designar lugar ) /
dentro da noite em obra pictórica /
sobrando nas sombras da noite /
nos meandros da alma /
e fora do espírito que olha /
a noite tingir o dia de trevas bastas /
em cabeleiras compridas /
ocultando a face feminina da noite /
sob um véu negro de cabelos longos /
- a mulher polifônica
minha em poesia e de Joan Miró em tela
escrita e desenhada
pintada na surrealidade
pela paleta do artista
e os signos e símbolos do vate
a cantarolar uma barcarola ou uma berceuse
par um riacho rolar seixos
e a criança amada pelo líquido do sangue
que enlaça os mares do corpo humano
( Amor está na corrente sanguínea! )

Todavia eu ia encontrar-me com outra mulher /
que nem era mulher ainda /
porém apenas ( se isso tudo é apenas ou tão-somente ou uma nonada ) /
- tão-só uma menina-moça de quatorze anos /
tão só!
- e tão só quanto a minha solidão
máxime em Robinson Crusoé em solitude na ilha /
que é o homem e a mulher em corpo humano
e corpo de ilha respectivamente
( corpo de ilha é terra
igual corpo de homem )

Ah! solidão e solitude!...
similar à solidão e solitude
que feria a menina
dentro da qual
havia um mar vermelho
que corria para o amor
- que amor é sangue
está no sangue!
- mar vivo
contraposto ao mar morto
à marmota e ao mármore
no qual Micheângelo ou Rodin...

( Insulado é o corpo humano /
fechado em si para a vida /
Hermética ilha a vida em seu interior /
ou seus inúmeros interiores físicos, químicos, eletromagnéticos,
espirituais ...
os quais trancam o castelo feudal
com ponte levadiça
abrindo a flor em racimo apenas ao espírito pensante
à alma filosofante que doa amor
ao rapsodo que recebe... )

Sob a perspectiva filosofante da obra de Joan Miró /
naquela noite que eu imaginava ser uma mulher pintada pelo artista /
( e não uma noite propriamente dita ) /
apenas minha filha andaria comigo /

Ela estaria junto ao meu caminhar /
na melhor parte do meu caminho sob lua /
abaixo do luar balouçante /
móvel lua similar a um gato sorridente /
no escuro que faz tez da madrugada /

No seio daquela noite pintada pelo palor do luar /
que no novilúnio não é lívido /
não é de uma lividez que vai ao amarelo macilento /
pálido amarelo do vampiro inexistente /
imagem tétrica da noite /
representada como ser humano /
conquanto morto-vivo /
sem o sol regando a diva anterior aos cabelos louros da aurora semi-desperta /
mas com a lua e as estrelas notâmbulas /
caçando morcegos e corujas pelos coruchéus /
sempre, entretanto, contíguo ao alvo que corre no leito ou álveo do leite /
da terra que mana leite e mel de abelha amada no favo /
com flor de laranjeira para o amplexo na barra da alva /
favo engasgado e engastado em abelha /
engaste da abelha-rainha /
uma gema-viva e mais preciosa /
que o tesouro do mel /
- arroio suave originário do néctar da flor...
Em perene canto de aboio
- o arroio...
descia a madrugada

Andarilhos à sombra imensa da noite /
sabíamos que somente minha filha teria genética /
para me seguir por aqueles ínvios caminhos de peregrinos /
dentre os quais ela buscaria comigo a mulher dentro da noite /
não a mulher de Miró integral no corpo de trevas noturnas /
mas apenas uma mecha do cabelo da mulher virtuosa /
essa safira ou preciosa ametista /
pérola negra esmeralda turquesa turmalina /
porquanto a mulher virtuosa é um ser quase mitológico /
se não fosse tão simples assim /
como um unicórnio /
( o unicórnio alegre de Salvador Dali
- unicórnio surreal, surrealista
sustentado no universo surrealista do pensamento...
- que pensa o sonho
um jardim para o vegetal
- o onírico vegetativo pensante
no sistema nervoso
que envia mensagens ao corpo humano
e ao corpo do unicórnio surreal
ou mitológico mítico...
- mito que cavalga rito!... )
um ser no meio do existente /
- meio existente no meio da vida /
em meio ao meio ambiente /
porém ser apenas na fauna do cérebro humano /
e não ser existente na realidade natural /
( fora dos fatos naturais /
presente e existente somente dentro do cérebro /
e como símbolo da mente /
que criou o unicórnio /
como Deus criou o homem e a mulher /
para além do meu cepticismo estúpido /
que existe ao sabor do pensamento imaginativo do homem /
dentro desse mundo interno ) /

Enfim, uma mulher bíblica/
já quase inexistente ou em extinção /
devido à ação predatória do homem /
alienado em mídia ou empresa /
ou outros monstros e ogros tais /
da alienação do pensamento turvo /
- torvo corvo estorvo /

Pela mulher dentro do corpo da noite /
em parábola de Joan Miró /
- na alegoria do artista /
a mulher que é a deusa /
na pele da noite /
noiva da consciência em tez negra /
vencendo a foice com que a lua se transmuta /
simbolizando o carrasco em forma de sociedade-foice /
( a lua desenha símbolo?!) /
- derribando com a guilhotina /
a cabeça da mulher virtuosa /
mas deixando ainda vivo /
por alguns minutos sexuais /
minutos finais de atividade elétrica
o corpo da fêmea /
que é semelhante /
não a Deus /
( às deusas gregas e romanas
do antigo museu do surrealismo grego... )
porém aos animais no cio /
para pasto de faunos e sátiros /
de mundo irreais para a paixão /
que odeio no cristão /
não obstante amar no pagão /
românticos surrealistas...:
surreais românicos!

A mulher em Joan Miró /
pura poesia é /
mas fora dele também /
- é poesia mais vasta /
ao se por no mundo /
ao por seu ser feminino no mundo /
aberto aos campos e prados vastos da filosofia /
que pesca e pesa mentes dentro de cérebros /
peixes em águas profundas /
- pesados cavalos-marinhos
sem cavaleiros ou amazonas a montar
livres no seu vegetar
e na sua pensante-vegetante filosofia
do real ao surreal