sábado, 29 de dezembro de 2012

TEJO(TEJO!) - verbete


Quando ela chega
com os cabelos cheios de cobra
eu a temo,
tremo temerário,
temente à ela,
porquanto o amor
é o temor da senhora.

Ao menos o meu amor
é um temor à ela :
um medo infantil
do menino que olha a mãe
com as madeixas
nas queixas da Medusa
no ápice da ira.

O temor àquela senhora
com serpentes sibilantes nas melenas
e adagas nos olhos furibundos,
(iracundo olhar de Górgona!)
põe à deriva meus navios,
pois "a sabedoria é o temor do Senhor",
assevera esta verdade
a Sagrada Escritura,
mas eu acrescento
num crescendo humílimo,
anti-beethoviano ou diluviano,
que a paixão do amor
é, outrossim, o temor à  Senhora
com olhos de gládio
e cabelos de Medusa.

Que madeixas cor de ameixas
e quão belas elas são
mesmo abrigando
um  ninho de víboras,
mais letíferas que as línguas viperinas,
ó minha apaixonante
e apaixonada Medusa,
deusa de todas as divas
ao som do meu coração
que a cada sol
cada lua pranteada
pelo rio de rocio
em rumorejo de Tejo(Tejo!)
no álveo da madrugada
- é mais seu coração
que meu coração no Corão
letrado em árabe
e arabescado
no melhor da geometria moçárabe,
ó moça não-árabe,
não-andaluza,
senhora sem véu,
sem céu,
sem  burca,
nem buço ou rebuço!
Porém, com muito rebuliço!

(À flor que és
sem viés
merece uns cafés...
rainha minha
acomodada em favo de mel
do meu amor hexagonal).

 File:Medusa by Caravaggio 2.jpg
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