segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

SUSPICAZ(SUSPICAZ!) - etimo dicionário glossário

Medusa
Minh'amada Medusa é mortal,
a consonar com o silogismo
do "Corpus aristotelicum",
que ora, ora no meu cantar
eivado de cantares:
que o ser se desmancha no ar,
evola-se do corpo desalmado
evoluindo em espirais
sem ais ou quaisquer alongamentos mais.
Momentos de movimentos finais
nas pastorais em sinfonias corais
escritas pelo poeta em hora de aedo.

Ademais, o ser se dissipa,
literalmente e naturalmente
restando o corpo aos vermes,
que dançam seu tanto de tango,
e os ossos para o tempo roer
( o tempo é um rato! :
um roedor pertinaz,
perspicaz, assaz na perspectiva
suspicaz (suspicaz!) de "Mickey Mouse",
habitante do mundo imaginado,
paginado, desenhado,
jamais desdenhado
até que se vá
o dente do siso
no boticão do odontólogo.
Dentista era Tiradentes,
aquele inconfidente.
Loquaz, mordaz, falaz, rapaz...,
ao "surrupiar" da boca
um sopro de assovio
de flauta natural
em Pan refugiado do mito?!)).

A Medusa que respiro,
que me sopra o ar
com o oboé em ostinato
na pastoral de Beethoven,
pode deixar de mover
a alma dos gases nobres ou pobres,
ricos ou de bico
e expirar na nova sinfonia,
sua cobra coral,
para a Cleópatra que é
junto ao ser da Medusa,
sem blusa...
em flor difusa
que acusa
a volição, a volúpia
da Harpia, no gavião pedrês,
macho e fêmea criados
para a hora crítica da  paixão
com Cristo ou sem Cristo...
na unidade dos corpos
- e penas!
que dão o voo
e a dor em contraponto,
fuga da vida,
anúncio, anunciação...
- núncio da morte
e signo de vida.

Se a Medusa, que em meu corpo
é terra e água do mar,
parar de respirar
e com seu sopro de oboísta
mover céus e terras
pela atmosfera que cria em mim,
ficarei sem alma,
sem "atmosfera" para insuflar os foles
que tocam a música da vida
originária da Musa que é minha Medusa:
a Musa de revoltas madeixas
ao vento boreal
que os despenteia
em meia teia de aranha.

Sem a presença dela
dando alma à minha atmosfera
ficarei sem esfera
e sem Era geológica;
passarei  a inexistir
ou a existir sem vida,
mero ente sem ser,
pois a minha vida
é toda este amor
pela cabeça, pelo corpo,
pela alma e pelo ser da Medusa,
que é minh'alma,
- minh'alma até no miado do gato,
no chiado e correr arisco do rato
que tem uma cota de tempo
- no próprio tempo!,
ao menos em  castelos de "Castilha"
e em Andaluzia,
que sem Medusa
não luzia,
não luziria,
não luzirá
e não há-de luzir,
porquanto o universo se apagaria
e o cadinho estelar
morto sem seu "ar",
( oriundo de um oboé "soprano"
soprado do plano de um imaginário
País das Maravilhas sem Alice,
não aliciado(aliciado!, por Alice!?...),
escureceria ainda mais
o carvão-de-escuridão,
a hulha  da noite sem fim
para mim
já (jaz!, Jazz) com a alma negra
sem o oxigênio das narinas dela,
da minha Medusa,
meu oboé, minha oboísta solista!

 
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sábado, 29 de dezembro de 2012

TEJO(TEJO!) - verbete


Quando ela chega
com os cabelos cheios de cobra
eu a temo,
tremo temerário,
temente à ela,
porquanto o amor
é o temor da senhora.

Ao menos o meu amor
é um temor à ela :
um medo infantil
do menino que olha a mãe
com as madeixas
nas queixas da Medusa
no ápice da ira.

O temor àquela senhora
com serpentes sibilantes nas melenas
e adagas nos olhos furibundos,
(iracundo olhar de Górgona!)
põe à deriva meus navios,
pois "a sabedoria é o temor do Senhor",
assevera esta verdade
a Sagrada Escritura,
mas eu acrescento
num crescendo humílimo,
anti-beethoviano ou diluviano,
que a paixão do amor
é, outrossim, o temor à  Senhora
com olhos de gládio
e cabelos de Medusa.

Que madeixas cor de ameixas
e quão belas elas são
mesmo abrigando
um  ninho de víboras,
mais letíferas que as línguas viperinas,
ó minha apaixonante
e apaixonada Medusa,
deusa de todas as divas
ao som do meu coração
que a cada sol
cada lua pranteada
pelo rio de rocio
em rumorejo de Tejo(Tejo!)
no álveo da madrugada
- é mais seu coração
que meu coração no Corão
letrado em árabe
e arabescado
no melhor da geometria moçárabe,
ó moça não-árabe,
não-andaluza,
senhora sem véu,
sem céu,
sem  burca,
nem buço ou rebuço!
Porém, com muito rebuliço!

(À flor que és
sem viés
merece uns cafés...
rainha minha
acomodada em favo de mel
do meu amor hexagonal).

 File:Medusa by Caravaggio 2.jpg
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sábado, 22 de dezembro de 2012

PARODIAR(PARODIAR!) - léxico lexicografia


Um poeta nem sempre,
nem sempre-vivo,
nem-sempre-vivo
na sempre-viva vida,
quiçá, assaz vivaz,
quando muito,
usa do chiste:
outro chicote,
na chacota, chalaça,
na massa atômica,
molecular, nuclear...

Chiste, não xisto,
que existe
(eu existo,
"logos" penso,
apenso o senso)
para açoitar,
açodar, acicatar...
Acicate.

Todavia, quando fala da planta,
diz da botânica
( o bardo se espreguiça
em saltério na botânica)
e mais que a botânica
aborda a biologia viva na enguia,
discorre córregos que correm
em corredeiras de águas sombrias
a buscar a cássia
vegetal feito em água de dentro,
por dentro, água nuclear,
eucarionte fonte
de mel e leite
no jardim de dentro do ser,
à espera das hespérides,
buscando a origem da vida,
a alma na glicose,
a mãe no ventre
onde pisou primeira terra
prometida, em embrião e feto,
o aedo que produziu a gesta
e a besta
- na fera e no artefato.

Oh! o feto arbóreo!,
boreal no vento
( Bureau na política paleolítica
em pálido estágio de pedra ),
no vento que venta
que vem e vai
varre e inventa
no que venta
nas ventas do derviche
que gira, roda,
revoluteia em teia
de aranha
que arranha
o arranha-céu
com garras felinas
fincadas no flanco
da abóbada celeste (- Alceste!)
que veste a leste
e a oeste deste itinerário
descoberto, desvelado...
posto ao oposto
do homem que velou
em tese do intelecto
ou mero ato físico ( ou tísico?)
do feto desarvorado
em abrupto aborto
torto morto
hirto no horto
caído da queda do anjo decaído
- pois folhas são
quais anjos,
iguais a arcanjos,
penduricalhos em árvore
de folhas caducas,
caduciforme, não-perenes,
infensas a não-queda
sem para-queda...

Quando canta a flor na mulher
canta a floresta negra,
o rapsodo, o trovador,
que encanta o canto
no chão do cantochão
com folhas amarelecidas de outono...
canto o chão!
aonde ela pisa
lisa de Elisa, cartão Visa
net.
(Não é, meu neto?!).

Ah! há a floresta de bétula
- noiva de branco,
mas não a mulher alheia,
a feia alheia,
bela na inversão da paixão
que espia e expia
os meus olhos
em expiação de espião.

Folhas escritas em versos,
cantadas cantatas
em liras de Marília de Dirceu
ou do pastor apaixonado,
perdidamente apaixonado
pela bela árcade,
longe da Arcádia,
errando pelos campos e vales
e prados e riachos
com pés descalços n'água límpida
do arroio em arroz
plantado
no que o olho é verde
ou negro na amada
que olha do escuro
da noite na alma
de Joan Miró
em  mulheres noturnas,
Chopin em noturnos
e São João da Cruz
no claustro silente
penitente.

Sim, a Cássia,
acácia...:
a Cassia, no espartilho da flor amarela,
é uma mulher
e uma árvore da vida :
A árvore que doa,
dota, adota a vida
corrente rio na seiva
e refletida pelo espelho do sol
no Narciso a se mirar
na sacarose,
maltose, lactose...
que são o que é o mel
no verde vegetativo
em sistema nervoso
( um rio em verde
à jusante e à montante
pelo corpo do poeta)
tocado pelo violinista verde
em ósculo com a música
e a musa do azul
- do azul violinista do anil,
na anileira em floral
de Bach frugal,
fuga de Bach,
- Bach fisioterápico
em pico de capitalismo
picante
sem marca de Marx.

Não posso dizer
do amor que sinto
nem a que venho
porque vivemos,
minha bela,
sobre a pressão das palavras
- sobrevivemos sob a prisão das palavras:
O mundo é uma prisão de palavras...
ergástulo em palavras,
letras de lei,
signos de reis,
insígnias, símbolos de imperadores
- dos horrores políticos
perpetrados sob sol e chuva,
noite e lua
no anel da menina bela,
ancha do anjo da verdade:
ancho o peito no seio,
coração palpitante
de vida e amor,
que é mais vida
- e mais amor
e...

Um poeta
ou ensaísta à vista
nem sempre usa de chiste
- chiste que existe
para açoitar os lombos
dos quilombos,
dos gongos, bumbos...;
contudo, quando fala da planta
- que planta!
fá-lo no "logos" da botânica
ao nu do olho
fincado na raiz
de botànica agônica
que, destarte, de certo disserta
sobre a cássia ( "cinnamomum cassia "),
Cássia-imperial ("Cassia fístula"),
buscando a fonte da vida
na alma de fronte à glicose,
especulada em Narciso,
e a mãe na madre,
na madressilva....,
onde provou primícias da terra :
Gaia, Gaya, galha! :
Gea, Géia (geléia!), Gê, geada...

Uma mulher
é uma árvore da vida
e do conhecimento do bem e do mal
do zen e do mel
do fel e do véu,
mas uma mulher
por bela e doce
tem sempre um travo
amargo
que vegeta e é vegetal
no sistema de nervos
com autonomia inata,
lei nata,
no leite, leito e flor fosca,
tosca em tosa de olho
que a vê
tosa musgosa
glosa.

A mulher (e o jacaré)
é a árvore que doa a vida,
doa a quem doer!
- Vida corrente curva na seiva
e refletida pelo especto solar
no Narciso em glicogênio
tocado pelo violinista verde
em ósculo com a música do azul
violinista do anil).

Os poetas arcaicos
e os árcades
não nativos,
mas inativos, da Arcádia,
usavam nomes mimosos
de Marília, Natércia e Beatriz
para formosuras casadas
em suas travessuras.

Em sua botânica,
na botânica na mulher,
(e falo da raiz do homem
que é a mulher,
sem tocar a cítara
do amor platônico
nas canções sem Musset :
musselinas em musas
e músicas em poesia
que Lia lia antes de Raquel)
- no sistema vegetal da mulher
o homem no hímem cata a vida
na folha virada para dentro
do olho interior
do ciclope cíciclo
que olha para o fundo
do abismo profundo
que a mulher
às vezes é
na paixão sem Cristo
do natal triste
de um monge que existe
para parodiar(parodiar o ar!), o chiste,
bem triste
do amor que foi
morrer no desterro
do desprezo
pela mulher
que antes amara
no verdejar da Cassia
na gare do violinista verde
quando o tempo
não tocava o escuro
no coração partido,
não mais partilhado...

Isto é de dar a pena
- tanta pena!...
do amor que saiu de cena
por uma quantia pequena,
irrisória,
indigna de riso,
infensa ao siso,
maculada pela mancha
que não manha
o Canal da Mancha


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domingo, 16 de dezembro de 2012

EUCARISTIA(EUCARISTIA!) - verbete


A escrita é uma dança com os dedos
e a mão que quer e acaricia :
- a carícia
na carestia,
na velha tia
e na eucaristia(eucaristia!)
que toda tia gosta
e de mãos postas!
- posta a mesa
para o glutão(glutão!)
e para a comunhão
com Cristo,
nosso Senhor.

A pintura outra dança
no mover da mão
a braço com o abraço
do braço com a tela...
Bela, a fricativa na boca,
sibilante,
uvulares,
labiodental...
na dança
com língua
de Sancho Pança
e Dom Quixote
no mote
e no bote da serpente
enrodilhada dentro do bote rio abaixo,
a sibilar
na sibila (sibila!),
na pitonisa,
na píton
e em Pitágoras :
agora sem Ágora).

A mão dança nos dedos
ao desenhar o arco
do triunfo
que é uma dança no papel
do arquiteto
que a passa
em contradança
ao papel papal
que nem de uma papisa
- no papiro
tem o signo
onde giro eu
- eucarionte
ontem e tresontonte
do ventre livre
ao Monte Carmelo
hoje em um monte de caramelo
ou um amontoado de machimelo
em toada doce
de iguaria sem igual
para massagear os dentes
de leite das crianças
em danças
de infante
grimpante
e bactérias
quase etéreas
no lado invisível
do mundo cão pastor :
"Canis Minor",
"Canis Major"
a consonar com o céu
sem o anil vil,
metal, metálico.

O pensamento é uma "dançarina"
- uma bailarina
descrevendo senóides
pelo senos,
co-senos séculos fora.

As Três Graças de Canova,
Boticelli... : O pensamento é...
as Três Graças!
- e um bailarino
no filósofo-filólogo Nietzsche
que de ditirambo em ditirambo,
aforismo em aforismo,
até o desaforo!,
se dizia um dançarino,
porquanto salta o pensamento
aos olhos,
no caprídeo deus Pã,
desenhado, desdenhado,
e em ondas senoidais
quais peixes que tais
se acham em nado
( que nada!)
na cascata do rio São Francisco
de água santa e benta,
água com madeixas encaracoladas
pelos cabelos das sereias
e das medusas
descendo a cachoeira
que pranteia
o amor feliz
e infeliz
de minha avó,
em algum lugar
da não-Mancha
ou da não-Manchúria, quiçá,
de cujo nome
prefiro olvidar-me,
ou deixar descer
ao olvido,
sem ouvir
o rio letes
a bailar no leito,
lento, silente e sem leite,
aonde vamos em descenso
a braços com o barqueiro Caronte
em barcarola funesta,
que levara Menipo,
segundo o segundo evangelho da Menipéia,
vetusto apócrifo ,
não meu, nem teu,
nem do ateu, nem do arameu,
nem de Orfeu...

A filosofia
e a poesia
é toda uma dança,
o mito em rito,
que dança é
e dança vivendo,
na mostra de saúde,
enquanto há vida...;
pois "enquanto há vida
há esperança", de dança!,
de amor!..., dizia minh'avó,
em sua fé,
antes do mundo acabar nela,
desmoronar a alma
dentro dela.
Todavia,  se há esperança,
há esperança que salve
o verde que brota
no sistema vegetal,

sistema verde
que nutre e repara a vida,

dá alma à alma... :
Sim, há  esperança que salve
e isto não é um fato,
mas um ato humano,

pois os fatos
já estão mortos
e embalsamados
sob os signos da história.

A esperança
é um ato humano;

ato este que produz  esperança :
"SPE SALVI facti sumus",
dança a carta encíclica(encíclica!)
do papa Bento XVI
na mão e no pensamento
do santo padre :
sumo pontífice.

 
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ENCÍCLICA(ENCÍCLICA!) - dicionário wikdicionário wikcionario


A escrita é uma dança com os dedos
e a mão que quer e acaricia :
- a carícia
na carestia,
na velha tia
e na eucaristia
que toda tia gosta
e de mãos postas!
- posta a mesa
para o glutão(glutão!)
e para a comunhão
com Cristo,
nosso Senhor.

A pintura outra dança
no mover da mão
a braço com o abraço
do braço com a tela...
Bela, a fricativa na boca,
sibilante,
uvulares,
labiodental...
na dança
com língua
de Sancho Pança
e Dom Quixote
no mote
e no bote da serpente
enrodilhada dentro do bote rio abaixo,
a sibilar
na sibila (sibila!),
na pitonisa,
na píton
e em Pitágoras :
agora sem Ágora).

A mão dança nos dedos
ao desenhar o arco
do triunfo
que é uma dança no papel
do arquiteto
que a passa
em contradança
ao papel papal
que nem de uma papisa
- no papiro
tem o signo
onde giro eu
- eucarionte
ontem e tresontonte
do ventre livre
ao Monte Carmelo
hoje em um monte de caramelo
ou um amontoado de machimelo
em toada doce
de iguaria sem igual
para massagear os dentes
de leite das crianças
em danças
de infante
grimpante
e bactérias
quase etéreas
no lado invisível
do mundo cão pastor :
"Canis Minor",
"Canis Major"
a consonar com o céu
sem o anil vil,
metal, metálico.

O pensamento é uma "dançarina"
- uma bailarina
descrevendo senóides
pelo senos,
co-senos séculos fora.

As Três Graças de Canova,
Boticelli... : O pensamento é...
as Três Graças!
- e um bailarino
no filósofo-filólogo Nietzsche
que de ditirambo em ditirambo,
aforismo em aforismo,
até o desaforo!,
se dizia um dançarino,
porquanto salta o pensamento
aos olhos,
no caprídeo deus Pã,
desenhado, desdenhado,
e em ondas senoidais
quais peixes que tais
se acham em nado
( que nada!)
na cascata do rio São Francisco
de água santa e benta,
água com madeixas encaracoladas
pelos cabelos das sereias
e das medusas
descendo a cachoeira
que pranteia
o amor feliz
e infeliz
de minha avó,
em algum lugar
da não-Mancha
ou da não-Manchúria, quiçá,
de cujo nome
prefiro olvidar-me,
ou deixar descer
ao olvido,
sem ouvir
o rio letes
a bailar no leito,
lento, silente e sem leite,
aonde vamos em descenso
a braços com o barqueiro Caronte
em barcarola funesta,
que levara Menipo,
segundo o segundo evangelho da Menipéia,
vetusto apócrifo ,
não meu, nem teu,
nem do ateu, nem do arameu,
nem de Orfeu...

A filosofia
e a poesia
é toda uma dança,
o mito em rito,
que dança é
e dança vivendo,
na mostra de saúde,
enquanto há vida...;
pois "enquanto há vida
há esperança", de dança!,
de amor!..., dizia minh'avó,
em sua fé,
antes do mundo acabar nela,
desmoronar a alma
dentro dela.
Todavia,  se há esperança,
há esperança que salve
o verde que brota
no sistema vegetal,

sistema verde
que nutre e repara a vida,

dá alma à alma... :
Sim, há  esperança que salve
e isto não é um fato,
mas um ato humano,

pois os fatos
já estão mortos
e embalsamados
sob os signos da história.

A esperança
é um ato humano;

ato este que produz  esperança :
"SPE SALVI facti sumus",
dança a carta encíclica(encíclica!)
do papa Bento XVI
na mão e no pensamento
do santo padre :
sumo pontífice.

 
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sábado, 8 de dezembro de 2012

NÁRTEX(NÁRTEX!_ - dicionário wikcionário wikdicionário


À primeira vista
a catedral e o adro
estavam de luto,
em luto-fusco,
fosco sem lusco
- luto preto
de anum preto
pássaro preto,
viúva negra
de luva na cor da uva,
com úvula...(úvula!)
Ave, César!
(Arre, César!)
Ave, Maria!
- Maria da Graça de Deus! :
das três graças,
cumulada com miríades de graças,
Senhora das Mercês,
graciosa virgem preciosa,
animada, mas não animosa :
mimosa rosa, miosótis...

O luto da catedral
e do átrio
era um luto pelo qual
não luto, (luto?!),
mas luta a noite escura
- mais uma luta obscura!
nas trevas seladas,
veladas no velário de noites
enlutadas,
enluaradas,
ao palor do luar,
que banha o pavor
em ato e fato
desde os tempos imemoriais
da Lacedemônia,
que já fora denominada "Lacônia"
pelo lacônico habitual do povo :
tácitos, trágicos, tétricos gregos!

Vi-a "de dia";
contudo, o luto,
contra o qual não luto,
nem lutava ao luar
o corpo da catedral,
obscurecia a sua visão,
empanava-a na meia-fava
de um nevoeiro inteiro
e deixava-a às favas,
- a mendiga catedral perdida!,
mendigando à luz
de São Francisco em Assis,
mendicante beata,
suplicando por luz,
mergulhada nas águas negras das trevas,
num suplício "súplice"...
- algo tirante à gótica arquitetura,
desenhada no desdenho ...
que não tenho!,
por nada que nada! (Que nada!...) :
O escárnio não é ato meu,
porém do ateu
que chega ao nártex(nártex!)
e recua assustadiço :
noviço sem dente do siso..

Pintada no betume da noite
e do tempo no ébano
a catedral soturna
parecia feita
de lagartos negros
que pelas suas paredes
subiam e desciam
(declive, aclive)
a constituir e construir as paredes
com seus corpos nigérrimos.

Depois de muito tempo
vi um desses lagartos
largado no chão
distraído a banhar-se de sol
que, ao perceber presença
humana predatória,
saiu em disparada
lendo, por semiologia, em mim
os "Disparates" de Goya
e os "Caprichos", na Quinta do Surdo,
e na Quinta sinfonia de Beethoven.

Imóvel no solo o sáurio estava
e neste estado de fato
semelhava um demônio de ébano
em decúbito ventral
com sua longa cauda
que, ao se mover de chofre,
revoluteava qual víbora solerte,
e a cabeça lambia o ar
que havia em brisa
com um quê de malévolo em fronte
de quem olha e vê
o frontão da igreja do mal,
- ou o mal destilado na peçonha
da serpente devoradora,
que é o "estigma" do demônio em pessoa,
enrodilhado na língua
que pastoreia a grei...
com chocalho
a tinir
tilintar
e o veneno na boca
e nos dentes
em mostra letal
escorregando do sangue,
que o armou com toxinas letíferas.

O lacertídeo era um lacedemônio
( que o lace o demônio!
- que o enlace aquele lovelace!),
pois a história e a estória
sempre se tocam no que era o tempo
-  que era numa "Era " geológica...
E após o Período geológico
e em Tabela periódica,
a estória a narrar a história
quando "era uma vez... "
("um pinto pedrês!") :
na voz de minha mãe!,
e uma era,outra vez.
d'outra vez,
d'outa vez,  (sem fio de voz!),
a Era de Aquário,
Nova Era
e a Era que viera
antes de minha existência
em carga de energia
no corpo anatômico-fisiológico
( A vida é uma carga de energia
que vai se esvaindo
no corpo-envoltório
da "pilha alcalina",
diferentemente da farinha e do azeite
da viúva de Sarepta
e da voz de minha mãe
nas noite tempestuosas
derribando luz e mel
na narração de um conto de fadas...
- fadas fascinadas! ,
o carinho a caminho
no que treme a voz
na lamparina soprada pelo vento
que atravessara a cortina...)

O lacertídeo parecia um demônio
(era um demônio! :
em decúbito ventral)
num guerreiro lacedemônio
a me esperar...
porque "Spe Salvi...",
diz em benção Bento...
na Encíclica papal,
 benta epístola,
água para animar o peregrino,
água aspergida
num caminho que leva à economia salvífica
para o clero e para o "vero"
para prelados em todos os lados :
ladeados pelo mundo "ecumênico"
ou pelo mundo profano em pelo
de camelo ou novelo,
enovelado em "Encomium Moriae",
que não veio de Pérgamo
num pergaminho
até o Minho
e o Douro.

Oh! tempo!, que põe pedra em cantaria
e cobras e lagartos
cospe,
quando cospe um bosque,
na terra,
ou um bosquejo do homem,
na arte,
pelo artista ao lápis de Picasso,
no traço que é o rastro do mestre:
traço sem traça, troça(troça!) ou trapaça...
Que acha?!...

Depois da Catedral de ébano
banhada à lua
e ao sol sem chapéu azul
celeste
vi, ouvi e vivi
tantas mutações!,
que mudo não estou
porque não mudo,
nem sou surdo, como sói chamar
a um certo instrumento de percussão
e a um homem
que faz ouvidos moucos
sem ser louco
e estar de oitiva
abaixo dos lagartos
largados  ao largo
das paredes da catedral dos lacertídeos.

Os imaginários lagartos
iam e vinham
do florão ao rés-do-chão.

No transepto
o Cristo no Cruzeiro:
crucificado!


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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

GRÃO-VIZIR(GRÃO-VIZIR!) - wikcionário wikdicionário dicionário

Cássia-imperial (Cassia fistula) 
A flor caminha bastante
- é caminheira, andarilha,
jardineira, arqueira...,
cuja flecha é a semente
atirada à maneira de projétil
lançado com a funda ou a besta
- plantado os pés ao solo de trompas

(e trompas! - de Falópio...)
para aquilatar a porfia
que se afia
entre Davi e Golias...

Vai, vai, vem e vem no vento, a flor,

 pelo caminho do bem
do sim e do amém, vai e vem :
azul carmesim amarela
- de um amarelo mais vivo
que  o pintado nas asas das borboletas
- amarelas!
- amarelas velas em asas navegando no ar,
naves, planadores...
Vai, vai e vem no vaivém das estações
pela "Via Cassia"
em castiço latim,

casta Cássia, Cassiopéia :

vestal no céu noturno

em piano(piano!) de Chopin,

num estudo para piano

batucando a noite

que cura a escura ferida 

da ave (Maria!) na ventania...

da mariposa na chuva fina...      

Escala morros, penhas,
e entre as brenhas está,
com amor em flor, 

- a flor! :
- a flor para-abelha! :

para abelha  se melar toda (tola!)
no todo do mel sem apicultor (tolo cultor!):
mero ator econômico

ao mercar (mercar!).


("Spe Salvi", entretanto, 

 caso seja a personagem
divina, mesmo na comédia,
nos atos do poeta,
escrita para ser inscrita,
ínsita no espírito da tragédia grega,

que é a fina flor da sabedoria humana,

par com a Bíblia Sagrada :

obra profana e sacra.

O ser humano é a tragédia grega

e a comédia de Aristófanes, Dante...

Mas em ufania, epifania... 

está nos Testamentos,

testemunhas da história :

a história do homem 

com esperança em Deus:

esperança salvífica! :

economia da salvação ).


Vai, vai, vem  pelo caminho do bem
do sim e do amém :
azul carmesim amarela
- de um amarelo mais vivo
que  o pintado nas asas das borboletas
- amarelas!
- amarelas velas em asas navegando no ar;
naves, planadores...
cheirando o nariz do cinamomo(cinamomo!)
esparso no espaço que é ar a respirar
(Este o espaço!) :
"Cinnamomum cassia"
ou "Cinnamomum aromaticum"...:
madeira doce,
qual água doce,
dulcíssimo mel...
(És melhor que Ester
contra o Grão-vizir(Grão-vizir!)...
ó estrela Vésper!
- mais bela que Vênus
aglutinada na palavra
que refaz na vista
o planeta da deusa romana
em Estrela d'Alva,
da minh'alva
e minh'alma,
que não é minha,
mas tua,
no que atua,

ó Cássia dos cinamomos!,

melhor és que éster(éster!), Ester, Esther, Vésper... ).

A flor pisa o solo do caminho com sementes
e leva um caminhão
- de flores
da bonina ao miosótis(myosótis!)
a peregrinar à Meca.

E que chova potes
no chapéu do miosótis!

 Ficheiro:Myosotis victoria dsc00894.jpg
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sábado, 1 de dezembro de 2012

CONSTRITORA(CONSTRITORA!) - verbete wikcionário

Meu tio-avô tinha um carro antigo
preto, daqueles tipo manivela,
mas já sem manivela (manivela!),
cujo motor fazia um ruído de gente gargarejando
com romã e água :
glute glube "gluve"
gargarejava o motor
( Será por isso que amo carros antiguados,
daqueles do tempo do dele?!)

Ele era alto, magro, moreno ao matiz  da melanina
ao "andalus" ( Al-Andalus")
dos povos de Espanha
( meu pai se dizia de Mar de Espanha!),
dos mouros, moçárabes de Granada,
contido em sua aparente frieza inacessível,
de pouca fala
não desperdiçava uma palavra,
introvertido,
calmo, frio ( frio?!) médico e homem
tal qual meu avô,
seu irmão,
que não conheci,
não sei do temperamento,
se quente, se frio, se morno,
se extrovertido ao modo do jargão de Jung,
porque morrera num desastre de avião :
teco-teco, imagino,
quando minha mãe orçava pelos seus quinze anos!
( Por isso tenho medo de entrar em avião
e fascínio por jato supersônico
rompendo a barreira do som
suspenso no ar da manhã de abril...?!
E estudei medicina desde tenra idade,
autodidata (autodidata!),
e em  menino inventava remédios
para as galinhas
e operava os pés lacerados dos galináceos?!
Seria rito genético
estudar com afinco genética,
ornitologia, entomologia, psicologia...
 desde os 8 meses de idade?!
Fábio de "faber" não crê,
mas Fábio de "bio"
- "sábio".)

Morava a um filete de luar de casas
lá de casa,
nem mais quadra ou quasar.
Vivia amancebado com uma mulher gorda,
muito branca, de voz roufenha,
simplória como a glória
de um homem.

Ele me parecia velho,
mas aos quinze anos
quem não é olhado como velho pelo jovem?!
( Esta a alteridade do mancebo
com a Ancião dos anos?!...).

Devia orçar  (virar a proa do veleiro brigue

- veleiro brigue antes da arribar )
pelos cinquenta a sessenta anos,
o velho veleiro brigue.

Não sei se fora casado,
se tinha filhos;
com a mulher com quem coabitava
não os tinha.

À época eu não sabia
que ele era meu tio-avô.
Acho que quase ninguém sabia
e aqueles que tinham ciência do fato
mantinham a discrição do tempo
que fazia o ser do homem
costurado com o contexto temporal :
Costumes costurados ao homem de antanho.

Ele se estabelecera num consultório,
que era uma antiga vivenda,
frente à praça da Matriz
onde havia uma escultura de Cristo
toda branca de  lua no meio dia,
parecendo lua pintada da "cor" de nuvem branca...
a alguns passos do paço do cais,
que era um mirante para a areia alva,
duas rochas no meio à correnteza
de um rio santo igual a São francisco de Assis
abençoando a terra boa
de homens ruinosos,
a cobra "mboa", no tupi dos tupis,
guaranis guapos, guaranás, ananás;
serpente constritora (constritora!)
que do tupi "mboa"
migrou para o português na palavra jibóia :
uma canoa com canoeiros à margem do rio santarrão
e da economia marginal.

Quando eu ia ao consultório dele
na companhia de minha avó
ele sempre a tratava com desvelo
infinita paciência para com os seus choramingas de viúva
( Viúva de Sarepta!)
e quando ela emitia seus queixumes(queixumes!)
sobre as dores que afligiam
todas as Marias das Dores,
suplicando por remédios
ele dizia : não é nada, Mariinha!"

(Qual o nome da rosa?!
- para mim este era o nome da rosa!...) 
Depois da consulta
quão aliviada ela parecia!
Saía aliviada da pena pesada 
que se impunha indevidamente.
Penosa carga,cruz lastimosa
de todos os Cristos que somos.

Outrossim, quando a moléstia era comigo,
olhava-me com uns olhos estranhos
de quem tinha caminhado ao meu lado
por toda uma vida antepassada
na estrada da genética(genética?!...)
e conquanto aos ritos(que ritos!?...) nos olhos
não acompanhassem o corpo
por causo do autodomínio
de um homem de cérebro gelado
e gestos contidos,
o olhar cumpria todos os ritos
de um zeloso e preocupado tio-avô
que, não obstante,
nem a palavra me dirigia,
embora me atendesse
antes de todos
que já estavam no consultório,
ainda que seu fosse o último a chegar
e o recinto estivesse cheio de pacientes.

Minha avó morava meio filete de sol
do consultório dele
mais perto dos pés descalços
do santo rio carmelita descalço
ande o profeta João
batizou muita gente
no tempo mítico
que é o pretérito
contado em fadas e duendes, elfos, sacis, lobisomens...
"muares" sem cabeça (mulas-sem-cabeça!).

Minha avó morava numa casa simples,
digna de atender à pobreza do santo de Assis,
que ali podia por embaixo a cabeça
com o chapéu de telha-vã.

Meu avô sempre marcava encontro com ela
na bela praça
que dava de olhos para o rio
cheio de amor com odor de peixes.
Até a água traz o cheiro do peixe em escamas
nas camadas do corpo-sereia.

Quando eles se encontravam
minha mãe, então com suas quinze primaveras,
estava presente.
Ele a tratava como filha que era e é
( verbo tem voz no presente,
mas guarda voz mnemônica
e imaginada para futuro sol).

A paixão do amor entre eles
é a mesma que emerge
em qualquer casal
preso à essa energia
que o corpo tem a despender
prodigalizando o melhor de si
na música que é a arte da vida
desde o soprar e puxar um oboé do vento

( do pulmão, do fole do vento!)
como instrumento de sopro
que dá o prazer de amar.
A arte é a felicidade física-química-elétrica
no corpo sadio
que pode se dar ao luxo do amor.
O amor é um esbanjamento de energia vital :
a maior riqueza,
a fortuna de ter vida plena a prodigalizar.

Quando meu avô morreu tragicamente
ele já havia acertado com minha avó
as bodas que teriam
se a morte não fizesse a travessia
pela metade do caminho
que não os separava
um Romeu e outra Julieta
que dormitavam na poética
escrita para eles, entre enamorados,
no sagrado livro do poeta santo.

Meu avô ainda era casado com outra,
mas minha avó não entrou no velório
como "a outra",
mas sim como esposa
separada pela morte
não do cônjuge,
mas do esponsais,
das bodas adventícias
marcadas para um tempo
que não existiu
ou deixou de existir com o finado corpo,
a finada energia do meu antepassado.

( O corpo é um acúmulo de energia,
uma armazém de vida,
que se consume rapidamente
quando  coração se desespera na corda,
dá corda na corda bamba,
bate desesperado para salvar a vida
e acaba por gastar toda a energia
nesta tentativa de sobrevida:
o organismo é uma fábrica de energia em produtos
e o depósito dessa energia em massa
a ser distribuído pela economia da vida).

 Os mortos estão vivos
- "in core"("in core, in core"!)
estão ativos no teatro mnemônico
e continuam com seu livre-arbítrio aberto,
ignorando os loucos polígrafos
que pensam que sabem pensar
porque sabem escrever com engenho e arte
à Camões, Luiz Vaz, "Os Lusíadas".

Não me lembra
a morte de meu tio-avô;
jamais tive notícia dessa morte,
senão num nome de avenida
em memória dele,
"in memoria Dei".
Mas se tem algo "in memoriam"
é porque ele morreu.

Não sei se ele era dos guelfos
ou dos gibelinos;
devia ter seu merlão gibelino

nas suas fortificações
ou estar nas crônicas da família guelfa,
mas nunca esteve em guerra :
só consigo, talvez.

Para mim meu tio-avô
continua vivo
com sua mulher e seu carro antiguíssimo
sua face serena, trigueira,
porque o que matou ele
foi o nome de rua,
mas não o nome da rosa
- da rosa que ele amava...
e ama!, porque é obra de Deus,
não obra do deus Cronos :
o amor é imperecível,
intangível, infungível,
sem fusível
que possa apagar a luz do sol
num céu solar ou lunar.

 http://scienceblogs.com.br/hypercubic/files/2012/08/ford-model-t-1908.jpg
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